MAYARA MICHELS
O 6º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), com base em Brasília, investiga a queda da aeronave bimotor, modelo Sêneca PA-34, prefixo PT-VRV, que caiu na Serra do Roncador, na noite do dia 1º de novembro matando os quatro ocupantes na hora.
Segundo informações do chefe da seção de prevenção da Seripa, Major Paiva, a forte formação de chuva na região pode ter sido um dos fatores que ocasionaram a pane na aeronave e posterior queda do aparelho, entretanto, descobrir os fatores exatos que contribuíram para a tragédia vai ser demorado e trabalhoso, já que o avião não tinha a caixa preta (sistema de registro de voz e dados nos aviões).
"Pelas regras da ANAC, aviões de pequeno porte não precisam ter a caixa preta. Nesses casos, juntamos todos os destroços e investigamos, minunciosamente, cada peça encontrada para tentar montar a aeronave novamente e, só assim, descobrir como ocorreu o acidente”, explicou o major.
Nos relatórios finais, o Seripa irá identificar fatores deterninantes para a queda e repassa aos meios interessados. “Com o resultado, encaminhamos ofícios a escolas, bases aéreas e fabricantes, para orientar e informar para que o erro não ocorra novamente. Os destroços do avião foram resgatados e estão em posse do proprietário. A previsão é para o início do ano que vem para a equipe montar o quebra cabeça. Até então, estamos mexendo com as documentações”, avisou.
Em Mato Grosso, a Polícia Judiciaria Civil também investiga o caso. Porém diferente do Seripa, tenta achar um culpado pela queda da aeronave. Segundo a delegada Eliane da Silva Moraes, a investigação anda junto com a do Seripa.
“Como não há testemunhas e na hora do acidente ocorria uma tempestade de granizo, investigamos a possibilidade do mal tempo ter ocasionado a queda. Pode ter sido um excesso de auto-confiança do piloto, que resolveu continuar a viagem, ou também o próprio mal tempo não ter deixado fazer com que o piloto fizesse um pouso de emergência. Porém, não temos nada oficial no momento, já que as investigações estão no início”, explicou a delegada.
A previsão é que as investigações sejam concluídas por parte do Seripa, em 12 meses. Já a Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito, podendo dilatar o prazo, caso não receba laudos do local do acidente e do próprio Seipa.
VÍTIMAS
Dois engenheiros da secretaria de Infraestrutura, Transportes e Serviços Públicos (SETPU), antiga SINFRA, estavam no avião. Orlando Monteiro da Silva, e o engenheiro fiscal, Sidney Nunes. Eles fiscalizavam uma obra do Governo, em Confresa. A aeronave era pilotada por Thiago Santoro e Vilcione Pereira de Almeida. Os 4 morreram no acidente.