RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
A Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) emitiu uma nota de repúdio contra o advogado Homero Amilcar Nedel, 59 anos, que agrediu com socos o juiz da Comarca de Paranatinga (537 km a Cuiabá), Jorge Hassib Ibrahim, no Fórum da cidade na tarde de quarta-feira (26).
“Não vamos dizer que é inadmissível, que repudiamos, que é um absurdo, pois isto é o óbvio. Vamos dizer sim que a agressão é a arma dos imbecis, dos covardes, dos ignorantes. A Amam (Associação Mato-grossense de Magistrados) não admitirá ações violentas contra magistrados em seu legítimo e vital exercício do trabalho à sociedade", destaca trecho da nota divulgada nesta quinta-feira (27).
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Acrescenta que acompanhará o caso e exigirá atitudes severas da polícia, Justiça e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).
"Este senhor vai pagar pelos seus delitos, assim como tantos criminosos que são julgados, condenados e levados para cumprir sua pena e retirados do convívio da sociedade", acrescenta.
"Este senhor vai pagar pelos seus delitos, assim como tantos criminosos que são julgados, condenados e levados para cumprir sua pena e retirados do convívio da sociedade", acrescenta a nota da Amam.
A mesma atitude é defendida pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos, que frisa que a sociedade não pode aceitar esse tipo de agressão e afirma que o TJ tomará providências enérgicas.
Rui Ramos e um representante da Amam estão a caminho de Paranatinga para acompanhar o caso.
A OAB, em nota, repudiou o ato e informa que adotará medidas administrativas perante seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED) contra o advogado.
O caso
O advogado Homero Amilcar Nedel, 59 anos, foi autuado em flagrante após agredir o juiz Jorge Hassib Ibrahim. Além disso, ele é acusado de tentar matar um dono de uma oficina mecânica de 60 anos.
Homero foi interrogado pelo delegado Pablo Borges Rigo e atuado pelos crimes de homicídio doloso (modalidade tentada), lesão corporal, desacato e coação.
Segundo a Polícia Civil, as duas ocorrências foram na quarta-feira e têm referência a desentendimentos de um processo judicial em que a filha do acusado, que também é advogada, está envolvida.
Veja na íntegra a nota da AMAM:
Um operador do Direito acaba de colocar o Poder Judiciário Mato-grossense no ringue. Ocorre que nesta quarta-feira (26), um advogado proferiu um soco contra um juiz, dentro do gabinete do magistrado. Mais que um soco, este atentado é um ataque à democracia – ao Estado Democrático de Direito.
Não vamos dizer que é inadmissível, que repudiamos, que é um absurdo, pois isto é o óbvio. Vamos dizer sim que a agressão é a arma dos imbecis, dos covardes, dos ignorantes.
A Amam (Associação Mato-grossense de Magistrados) não admitirá ações violentas contra magistrados em seu legítimo e vital exercício do trabalho à sociedade. A Amam vem a público declarar que acompanhará e exigirá de forma intransigente que tanto a polícia, a justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB/MT) tomem atitudes severas em relação à agressão que o advogado Homero Amilcar Nedel cometeu contra o magistrado Jorge Hassib Ibrahim, da Segunda Vara Criminal e Cível de Paranatinga (cidade localizada a 368 km de Cuiabá).
É isso mesmo, o agressor, pasmem, é um advogado. A advocacia deve zelar pelo prestígio da Justiça. E justo um advogado que deveria atuar em parceria com a Justiça e a magistratura se colocou no papel de um agressor. Este senhor vai pagar pelo seu delito, assim como tantos criminosos que são julgados, condenados e levados para cumprir sua pena e retirados do convívio da sociedade.
A sociedade brasileira tem que enxergar este episódio com olhos de alarme. Casos de violência como este são fruto de uma espécie de campanha contra a magistratura – numa tentativa baixa de intimidá-la. Tentaram nocauteá-la. Foi um atentado que extrapolou a pessoa do magistrado e atinge todo o Estado.
Um representante da Amam seguirá para Paranatinga nesta quinta-feira (28) para acompanhar o caso de perto.
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