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Cuiabá, 25 de Março de 2025
25 de Março de 2025

23 de Março de 2025, 16h:49 - A | A

GERAL / DESMATAMENTO

Cerrado perdeu mais área nos primeiros anos de Lula que com Bolsonaro

Números do Cerrado nos dois primeiros anos de Bolsonaro foram inferiores aos dos primeiros de Lula. Ambos os cenários são preocupantes

METRÓPOLES



Os alertas de desmatamento no Cerrado prosseguiram preocupantes nos dois primeiros anos do governo Lula (PT), superando os registrados no mesmo período da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2023, primeiro ano do atual governo, ocorreu o desmatamento de 7.848,01 km² no Cerrado, com 16.773 alertas emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Em 2024, houve redução da área desmatada para 5.901,21 km², mas o número de alertas aumentou para 17.158.

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Nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, os números foram menores. Em 2019, o Cerrado perdeu 4.761,99 km², com 15.612 alertas, e, em 2020, 4.400,18 km², com 10.803 avisos.

A marca de 5 mil km² de desmatamento anual foi ultrapassada pela primeira vez no último ano de mandato do ex-presidente, em 2022, com 5.462,96 km² devastados.

Ao Metrópoles Raimundo Barbosa, especialista em planejamento e gestão ambiental, avaliou que o aumento do desmatamento no Cerrado pode estar relacionado à intensificação da fiscalização na Amazônia, deixando o bioma mais vulnerável.

“De certa forma, eles se descuidaram aqui do Cerrado; por isso, os números aumentaram. É danoso esse desmatamento. O Cerrado já passa por um processo de extinção e, se continuar assim, pode desaparecer até 2030”, alertou.

Segundo ele, a expansão da fronteira agrícola, especialmente da soja, é um dos principais fatores da devastação. “Se o Cerrado desaparecer, ficaremos sem água. Ele é conhecido como o berço das águas. Talvez esse foco na Amazônia tenha tirado a atenção do Cerrado, o que explica esses números. Em ambos os cenários são preocupantes”, completou.

Vale ressaltar que diversos fatores podem contribuir para o desmatamento, como a agricultura, a pecuária, a urbanização, a exploração de recursos naturais e a queimada, por meio da ação humana e da seca.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e responsável por subsidiar ações de enfrentamento a crises climáticas, o Brasil enfrenta a maior seca já registrada na história recente.

A única exceção é o Rio Grande do Sul, que sofreu com uma enchente de grandes proporções no ano passado.

Cenário em 2025

Os dados de 2025 indicam redução no desmatamento em relação ao ano passado. Entre 1º de janeiro e 14 de março de 2024, foram desmatados 1.250,87 km², enquanto, no mesmo período deste ano, o número caiu para 952,82 km².

A área desmatada equivale mais do que as cidades de Goiânia (GO) e Recife (PE) juntas.

Os alertas do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real identificam mudanças diárias na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares. Entretanto, os dados são preliminares. A medição oficial do desmatamento é realizada pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes), que costuma apresentar números maiores e mais precisos.

Segundo os últimos dados do Prodes, divulgados em novembro de 2024, o Cerrado perdeu 1.971,68 km², em 2023, e 723,24 km², no ano seguinte. Nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, foram registrados 714,89 km², em 2019, e 769,31 km², em 2020.

Desmatamento na Amazônia recua

Oposto ao cenário do Cerrado, dados do Inpe para a Amazônia apontam que fevereiro de 2025 registrou o menor número de alertas de desmatamento na Amazônia Legal para o mês desde o início da série histórica, em 2016.

De acordo com o painel TerraBrasilis, foram desmatados 80,95 km² na região no último mês, com a emissão de 196 avisos. Nos anos anteriores, o indicador nunca ficou abaixo de 100 km².

Em janeiro deste ano, segundo monitoramento, o desmatamento alcançou 179,8 km², com 611 alertas. No acumulado de 2025, os dois primeiros meses somam 260,75 km² de área desmatada.

Em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram destruídos 333,21 km² de floresta, houve uma desaceleração no ritmo do desmatamento.

O Metrópoles procurou o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

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Wilma Comim 23/03/2025

Só que tudo se iniciou em 2019 no desgoverno do insitador de desordens no Brasil. Acorda Povo!

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1 comentários