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Cuiabá, 14 de Março de 2025
14 de Março de 2025

25 de Julho de 2018, 08h:10 - A | A

GERAL / NO HOSPITAL GERAL

CRM abre sindicância para investigar parto forçado e morte de bebê

Mãe alega que foi obrigada a fazer o parto normal, mesmo com a falta de dilatação no útero. O bebê sofreu complicações e morreu após 14 dias na UTI.

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) abriu sindicância para investigar um possível caso de violência obstétrica no Hospital Geral Universitário (HGU), após complicações no parto e a morte de um bebê na última sexta-feira (20). O recém-nascido ficou internado durante duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGU, mas não resistiu.

A mãe do recém-nascido, Luana Lacerda Pinto, 21 anos, afirma que foi obrigada pela equipe do hospital a fazer o parto normal, mesmo com um laudo médico anterior indicando que o procedimento não era possível, devido à falta de dilatação no útero. Mesmo assim, a equipe médica optou pelo parto normal, o que teria resultado no rompimento uterino e em sequelas para o recém-nascido.

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A sindicância do CRM para apurar o caso foi aberta na segunda-feira (24). Conforme a entidade, todos os envolvidos no caso serão ouvidos durante o inquérito. O CRM detalhou que essa etapa da sindicância compreende a coleta de dados e oitivas com as partes. O processo não tem prazo para ser concluído.  

O caso

Luana deu entrada no hospital no dia 7 de julho às 2h30. Ela conta que ficou em trabalho de parto durante 12 horas.

Nesse período, a mãe  relata que passou a manhã toda sentido muita dor, e que por várias vezes chamou a equipe para informar que não tinha dilatação.

Segundo Luana, somente no período da tarde que a equipe médica percebeu que o parto normal não seria possível.

“Eles colocaram o aparelho para ouvir o coração do bebê e não ouviram os batimentos. Foi aí que eles perceberam que o meu útero tinha estourado e então resolveram fazer a cesariana de emergência e me levaram para a sala de cirurgia às pressas, daí não vi mais nada”, relatou.

Após a cesária o bebê foi encaminhado em estado grave para UTI neonatal, onde ele ficou internado durante 14 dias. O bebê morreu  por volta das 5h30 de sexta-feira (20), após sofrer duas paradas cardíacas.

Conforme o laudo médico, Luana – que já tem um filho de 2 anos – não poderá entrar em trabalho de parto em futuras gestações devido ao rompimento do útero.

Outro lado

A direção do HGU informou, por meio de nota, que Luana deu entrada no hospital em perfeito estado de saúde e que a dilatação do útero estava de acordo para o parto normal. 

No entanto, durante o parto houve uma parada abrupta e inesperada das contrações uterinas e ocorrência de intensa dor abdominal, conforme a direção do hospital. 

A direção destacou que toda a assistência ao parto foi realizada em conformidade aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

"O Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá primam há 76 anos pela qualidade da assistência obstétrica e neonatal, atendendo as recomendações de boas práticas na assistência ao parto, com atendimento humanizado, individualizado e multiprofissional do trabalho de parto, inexistindo qualquer possibilidade de violência obstétrica". 

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