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Cuiabá, 08 de Janeiro de 2025
08 de Janeiro de 2025

16 de Maio de 2015, 21h:45 - A | A

GERAL / MORTO POR CAUSA DE S10

Pais de Eric Severo colhem assinturas e buscam apoio para aumentar pena para latrocidas

O pai do rapaz avalia que a reclusão por 20 a 30 anos é pouco para quem tirou a vida de uma pessoa. Eric foi assassinado com um tiro na cabeça, há um ano, em Sinop.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



O advogado Leonildo Severo, 49 anos, e a mulher dele, a empresária Sueli, 49, de Sinop, pais do estudante de medicina Éric Francio Severo, morto, aos 21 anos, em dezembro do ano passado, com um tiro na cabeça em um assalto, estão colhendo assinaturas em todo o Brasil para provocar o Congresso Nacional a mudar no Código Penal a punição para latrocínio, roubo seguido de morte.

“Com a progressão, que pega pena máxima por latrocínio sai com 12 anos. Não dá”.

O pai do rapaz avalia que a reclusão por 20 a 30 anos é pouco para quem tirou a vida de uma pessoa. “Com a progressão, que pega pena máxima por latrocínio sai com 12 anos. Não dá”, reclama Severo.

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A mulher dele não tem condições de tratar do assunto. Quatro meses após o crime, ela chora toda vez que fala do filho, está muito abalada ainda.

Os dois vieram à Cuiabá, dia 24 de abril, ocasião em que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, esteve em agenda na capital mato-grossense, para entregar nas mãos dele uma carta, pedindo apoio à esta bandeira.

"Para o latrocida a sentença é branda e para a vítima é pena de morte”.

“Em janeiro, mandei a carta para 26 deputados federais do país pedindo penas mais rigorosas para roubos com morte, porque na realidade para o latrocida a sentença é branda e para a vítima é pena de morte”, reclama o pai.

Um deles respondeu. A assessoria jurídica do deputado federal Major Olímpio Gomes (PDT-SP) ligou pedindo autorização para juntar a carta ao projeto de Lei 353/2015, protocolado na Câmara, em fevereiro deste ano. O PL aumenta a pena de 20 a 30 para de 30 a 50 e incluiu outras modalidades de crimes, que sejam fatais, como estupro seguido de morte por exempo.

Severo comenta que nenhum pai dorme em paz, sem fazer alguma coisa, após passar um dor como essa de perder um filho. “Ainda por cima por causa de um bem material”, lamenta.

É possível assinar o abaixo-assinado Eric Francio Severo pela internet. Confira:

www.abaixoassinadoeric.com.br

 

Eric

Rapaz gostava de pescar nos rios da Amazônia Legal

 

O CRIME

“Eles levaram meu filho, amarraram ele e, conforme depoimento dado à Polícia, não tinham intenção de matar, mas acabaram matando, com um tiro na cabeça".

No dia 27 de dezembro de 2014, dois dias após o Natal, Eric, que fazia medicina na Unisul, em Tubarão, no Paraná, estava de férias em Sinop, aproveitando os pais e os amigos.

Ele saiu com os amigos à noite, na caminhonete do pai, para se divertir. Por volta de 5h, chegou ao bar Botequim e estacionou o carro embaixo de um poste de luz. Caminhou cerca de 150 metros até o estabelecimento. Foi quando teria sido abordado por dois homens.

“Eles levaram meu filho, amarraram ele e, conforme depoimento dado à Polícia, não tinham intenção de matar, mas acabaram matando, com um tiro na cabeça a 140 km de Sinop próximo a Lucas do Rio Verde", relata o pai, com muito sofrimento.

Os dois acusados estão presos no Presídio Ferrugem, em Sinop, mas ainda não sentenciados. O advogado Felipe Guerra, presidente da AOA em Sinop, assumiu o caso, a pedido da família de Eric.

O pai evita dar detalhes, pois alega sofrer muito.

Severo conta que o irmão da vítima,  Ícaro, de 20 anos, que faz direito em Barra do Garças, na UFMT, também está sentindo muito a perda do irmão e amigo.

“Nunca tivermos nenhum problema com nossos filhos, foram bem criados, bem família, iam bem na escola, só tiraram carteira quando fizeram 18 anos, quando estavam aqui de férias só se divertiam e ficavam em casa. Não brigavam nem entre primos. São meninos muito bons”, assegura o advogado Severo.

Ele e a mulher são do Paraná, de Ampere e Jesuítas. Foram para Sinop construir a vida, com a família, na região promissora.

“Eu vim em 77, com meu pai, mas meu avô é um dos pioneiros por aqui”, destaca o pai do rapaz, que sempre achou a região sossegada.

“Agora a violência está por lado lado, no país todo. O Eric estudou um ano em Cuiabá e eu ficava preocupado,mas quando que poderia imaginar que meu filho morreria tão próximo de casa”, lamenta.

A vida continua e os três – pai, mãe e irmão – voltaram à rotima. “A gente tem que trabalhar, tenho clientes para atender, e se a gente parar só chora”, explica o advogado.

Já foram distribuídos pelos familiares e amigos de Eric mais de 30 mil formulários, cada com 11 fichas.

Álbum de fotos

Reprodução

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