DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso formou maioria, nesta quarta-feira (03), para anular a absolvição da bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, acusada de atropelar e matar jovens em frente à Boate Valley, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, em 2018.
As vítimas que vieram a óbito são: Ramon Alcides Viveiros e Mylena de Lacerda Inocêncio. Hya Girotto foi a única sobrevivente ao atropelamento.
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Rafaela foi absolvida do processo em 2022 por decisão do juiz Wladymir Perri, ex-titular da 12ª Vara Criminal da Capital.
Em sua decisão, o magistrado considerou que, por mais que a motorista houvesse consumido álcool antes de pegar o volante, as três vítimas contribuíram para o atropelamento pois, segundo o juiz, atravessarem a via de forma irresponsável.
“Por mais trágicos e chocantes que tenham sido os fatos, é inconcebível imaginar que, três jovens, com perfeitas condições de saúde, tenham se proposto a realizarem uma travessia de uma via colateral, ignorando os veículos que nela trafegavam, parando, recuando, dançando sobre a pista de rolamento, sem se importar com as próprias integridades física”, escreveu.
“Aliás, a total falta de responsabilidade das vítimas ao atravessarem a via pública talvez decorra do estado de embriaguez constatado em relação à Mylena de Lacerda Inocêncio”.
Na sessão desta quarta-feira, votaram pela anulação da absolvição o relator, desembargador Rui Ramos, e Pedro Sakamoto.
O julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vistas do desembargador Jorge Luiz Tadeu. A retomada, entretanto, não tem data definida.
Relembre o caso
O atropelamento aconteceu na madrugada do dia 23 de dezembro de 2018. Segundo a Polícia Civil, Rafaela seguia pela faixa de rolamento da esquerda quando, nas proximidades da boate, atropelou os pedestres.
Com sinais de embriaguez, a mulher foi detida pela Polícia Civil e se negou a fazer o exame de “bafômetro”. Diante disso, uma equipe da Polícia Civil elaborou ainda no local um “auto de constatação de embriaguez”, que aponta sinais aparentes de ingestão de álcool.
Ela foi conduzida para a Central de Flagrantes para a tomada de medidas criminais e administrativas. Após ficar detida por um dia, a bióloga passou por audiência de custódia e foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 9,5 mil.