WILSON CARLOS FUÁH
Todo dia recebemos notícias de um conhecido ou amigo que “tombou” sob a mira covarde de um revólver empunhado por menores assaltantes, e ficamos impotentes, sem ter como reagir, sem saber qual é o melhor caminho para se opor contra a violência que tomou conta desta cidade que era uma cidade da paz e infelizmente virou a cidade do medo.
Ignorar a violência nos torna mais frágeis e ao adotar o protesto silencioso, talvez não seja a maior de contestação diante a aqueles que são insensíveis as dores do povo, porque aquelas autoridades que são pagas pelo poder público, pressupõem que deveriam estar preparadas para enfrentar os geradores de violência, mas as estatísticas mostram o contrário. As vítimas das violências querem resultados e desesperam diante das explicações através de conceitos genéricos e semânticos.
A solução não está na instalação um posto policial em cada bairro, não está na reforma do Código Penal, implantando redução da idade penal ou pena de morte; não adianta promover passeatas contra a violência porque os criminosos estão ofuscados pelo consumo de alucinógenos e nunca terão consciência para entender a indignação do povo. O combustível que alimenta o mundo do crime vem através do tráfico de drogas e contrabando de armas vindas pelas fronteiras do país, fomentado pelo desemprego, pela falta de família, falta de religião e principalmente pela falta de educação.
Não adianta combater os efeitos construindo presídios ou investido do departamento de inteligência dos órgãos repressores, porque as causas passam muito longe dali. Investir maciçamente na educação é a única saída. Devemos atacar as causas através da formação de cidadãos de bem, preparado os jovens para buscar o seu lugar ao sol, recebendo o seu sustento através do seu trabalho.
E aquelas virtudes que são próprias do povo cuiabano, pelo sentido de humildade, caridade, respeito e amor para com o próximo, estão acabando. Hoje as pessoas estão se preparando para não reagir de modo antagônico a certas situações que a vida bandida impõe.
Como é difícil ensinar aos nossos filhos a sobreviver diante da violência e como ensinar uma criança indefesa a conviver com esses momentos diante da banalidade de se matar e enterrar os mortos, sem respeito à vida.
*Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e pesquisador das Relações Sociais e Políticas, Graduado em Ciências Econômicas.