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Cuiabá, 30 de Dezembro de 2024
30 de Dezembro de 2024

01 de Outubro de 2024, 14h:27 - A | A

OPINIÃO / GUILHERME ANTONIO MALUF

Envelhecimento e pobreza: os desafios de Mato Grosso para as próximas décadas

O Estado de Mato Grosso enfrenta uma rápida transformação demográfica nas próximas décadas, com o envelhecimento da população se acelerando e a proporção de idosos quase dobrando até 2045.

GUILHERME ANTONIO MALUF



O Estado de Mato Grosso enfrenta uma rápida transformação demográfica nas próximas décadas, com o envelhecimento da população se acelerando e a proporção de idosos quase dobrando até 2045. Esse processo traz importantes desafios para as políticas públicas e a organização da economia local.

Segundo projeções do IBGE, a população de Mato Grosso deve chegar a 5,2 milhões de habitantes em 2070, com a proporção de idosos (60 anos ou mais) saltando de 12% em 2024 para 30% no final do período. Ao mesmo tempo, a população em idade ativa (15 a 59 anos) cairá de 61% para 55% do total.

Esse cenário de envelhecimento acelerado é ainda mais preocupante pela tendência de empobrecimento dessa população idosa. Dados de 2024 mostram que 58,7% dos idosos em situação de vulnerabilidade social no estado recebem algum benefício assistencial, taxa muito superior à média geral de 11% entre os vulneráveis à pobreza.

Segundo estudo realizado pela Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social, nos territórios mais envelhecidos, em geral municípios com economias exauridas, a tendência é de encolhimento homogêneo dos grupos etários com interrupção da reposição populacional nos mais jovens, gerando uma dependência acentuada por políticas sociais de longa duração.

Essa dinâmica deve se acentuar nos próximos anos, tendo marco divisor o ano de 2040 quando a proporção de crianças e adolescentes na população se iguala a proporção de idosos até o ponto onde a razão de dependência (proporção de não-economicamente ativos em relação aos ativos) chega a 55% da população no ano de 2070. Ou seja, a cada 100 pessoas residentes, haverá 55 dependentes, seja crianças, adolescentes ou idosos.

Neste contexto, será necessário repensar não somente o modelo de desenvolvimento do estado, o reordenamento das políticas públicas e as infraestruturas sociais para atender essa população idosa em rápido crescimento, com demandas crescentes por serviços de saúde, previdência e assistência social, como ainda todo o marco legal de garantia de direitos, pois haverá cada vez menos contribuintes pelo trabalho ativo e mais benefícios e gratuidades a assegurar, tudo associado a novas categorias de usos, costumes e consumo, quase todas ainda sem ofertas bem definidas.

Pelas projeções do IBGE, teremos, a contar de hoje, menos de 16 anos para iniciar a programação desses desafios. Do contrário, o envelhecimento em vulnerabilidade à pobreza pode se consolidar como uma realidade cada vez mais presente em Mato Grosso, comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida de grande parte da população.

Guilherme Antonio Maluf é graduado em Medicina pela Universidade de Santo Amaro (1986). Fez residência médica em Cirurgia-geral pela Universidade de São Paulo (USP) (1988-1990). É especialista em Cirurgia-geral e Endoscopia Digestiva pela USP (1991). Pós-graduado em Gerente de Cidades pela FAAP-SP (2013). Mestre em Administração Pública pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa - IDP. Doutorando em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo - FADISP. Foi vereador por Cuiabá (2005-2006). Deputado Estadual por quatro mandatos (2007-2010/ 2011-2014/ 2015-2018/ 2019-2022). Secretário de Saúde de Cuiabá (2007-2008). Presidente da Assembleia Legislativa (2015-2017). Primeiro Secretário da Assembleia Legislativa (2017-2019). Governador Interino de Mato Grosso (abril 2016 - cinco dias). Tomou posse como Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso - TCE-MT em 1/3/2019. Atualmente, exerce o cargo de vice-presidente do TCE-MT e de presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do TCE-MT.

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INSALUBRE 02/10/2024

A SUÍÇA NÃO TEM O MELHOR CLIMA DO MUNDO, NÃO PRODUZ PRATICAMENTE NADA E O QUE SALVA ELA É A CULTURA, TIPO ASSIM: A TINA TURNER FOI MORAR LÁ PORQUE NINGUÉM PEDE FILHO PRA PRETA NAQUELE LUGAR.

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