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Cuiabá, 30 de Outubro de 2024
30 de Outubro de 2024

16 de Julho de 2018, 08h:09 - A | A

OPINIÃO / GONÇALO ANTUNES

Ilusão de cores

Se abstrairmos o mundo sensível, a experiência, cultura, etc, temos uma incógnita, equação não resolvida



A máxima aristotélica-escolástica "nada tem no entendimento que não haja estado antes nos sentidos" significa que a experiência é condição prévia para a possibilidade de conhecer. Portanto, se conhece pelos sentidos.

Os racionalistas, ao contrário, entendem que há ideias inatas, nascidas com a pessoa independentemente de qualquer tipo de experiência.

Quem está com a razão? Para a pretensão deste artigo, não importa. Pensemos somente na intensidade. Explico.

A pessoa nasce com certo instinto de sobrevivência, quer viver. Essa mesma pessoa, por diversos acontecimentos ou mesmo por predisposição, pode vir a ter ideias suicidas. Parece haver um paradoxo, sabe que pela natureza de que se reveste, matar-se não é correto e, ao mesmo tempo, aceita a possibilidade.

O que realmente importa nisso: quem sairá vencedor?

Se abstrairmos o mundo sensível, a experiência, cultura, religiosidade etc., temos uma incógnita, equação não resolvida, e aí seria o acaso, sem qualquer explicação aparente.

A par disso, essa pessoa, por ensinamento ou mesmo religiosidade, tem dois dilemas: se obriga ou não. O seu livre arbítrio não é tão livre assim. Medo, fé, de um lado, e, sofrimento moral, físico, de outro.

O fundamentalismo, nessa quadra, se torna útil. Pensar se a ideia de sobrevivência é inata ou se a experiência se mostrou desastrosa não altera o resultado, nem consegue explicá-lo com força acadêmica.

A ideia, somente ela, em si, não importando se inata ou adquirida, merece análise. De nada adiantará as estatísticas. Cuida-se de um pensar instantâneo. E por que está na mente dessa pessoa? Por que alguns animais irracionais se suicidam e por que outros lutam pela sobrevivência? Têm eles o toque da sensibilidade ou da racionalidade?

Pensemos, por outro norte, na felicidade como hábito ou vicio.

É sabido, e certo, que ser feliz é sonho perseguido por todos e todas. A cada segundo do dia a busca é incansável. O costume cria o hábito. É como vestir, calçar, escovar os dentes, tomar banho etc. A personalidade de cada qual mostra a praxe cotidiana.

De acordo com o nosso ciclo, ou seja, com o que entendemos por importante em cada época, o acompanhamento habitual é realidade. Por exemplo, se temos como hábito começar a vestir pelos membros direitos do corpo, assim o será, sempre.

Já o vício é a atração por algo e que pode provocar severos sintomas ruins. O vício é criação humana para suprir situações indesejadas e que pode gerar embaraços na autoestima.

Aqui, o maior problema reside no fato de que, apesar de o vício ser possibilidade de execução humana, com vontade de submissão absurda, fica difícil, ou quase impossível, deixa-lo. Do vício só é provável sair com muita força de vontade.

Tanto o hábito quanto o vício fazem das ações humanas, automatismos. Em se tratando de ser feliz, qual o problema em ser hábito ou vício?

Ode a Almir Sater: "Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz ...".

É por aí...

GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO é juiz em Cuiabá

 

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