LUCIANA ROCHA
A doação de órgãos é um dos gestos mais nobres que um ser humano pode realizar. Num mundo onde a medicina avança constantemente, oferecendo tratamentos e curas para inúmeras condições, a doação de órgãos continua a ser um pilar fundamental na preservação da vida.
Ainda assim, é um tema que requer maior conscientização e reflexão por parte de toda a sociedade. Como médicos, somos testemunhas diárias das batalhas travadas pelos nossos pacientes, muitos dos quais enfrentam doenças crônicas e condições que, sem um transplante de órgãos, lhes roubam a esperança de uma vida plena.
A doação de órgãos emerge, nesse contexto, como um dos gestos mais nobres e transformadores que um ser humano pode realizar.
Atualmente, milhares de pessoas em todo o mundo aguardam por um transplante de órgãos que pode salvar suas vidas. No Brasil, não é diferente. A espera é longa e, infelizmente, para muitos, o tempo é um recurso que se esgota rapidamente.
Cada dia que passa sem um órgão disponível é um dia a menos para aqueles que estão na fila. Doar órgãos é, acima de tudo, um ato de amor e empatia. É a decisão de oferecer uma segunda chance a alguém que talvez nunca tenha conhecido, mas que depende desse gesto para continuar a viver.
Para as famílias dos doadores, o processo de doação pode ser um consolo em momentos de dor, uma forma de perpetuar a vida do ente querido através de outros.
Apesar da sua importância, a doação de órgãos ainda é cercada por muitos mitos e desinformação. Muitos têm medo de se tornarem doadores por acreditar que isso pode comprometer o tratamento médico em caso de acidente ou doença grave.
Governos, profissionais de saúde, organizações não-governamentais e a sociedade civil precisam trabalhar juntos para criar uma cultura de doação.
Doar órgãos é salvar vidas. É um ato que transcende a morte e que oferece esperança a quem já perdeu quase tudo.
Dra. Luciana Rocha é gastroenterologista e integra a equipe do IGPA, em Cuiabá (MT)