APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
Um dos alvos de mandados de prisão da Operação Ragnatela, deflagrada pela Polícia Federal e outros órgãos de segurança na quarta-feira (05), o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires tem uma longa ficha policial. Entre os crimes praticados, consta uma prisão no âmbito de uma operação policial por envolvimento em uma organização criminosa que aplicava golpes por meio de vendas fraudulentas de carros no site OLX.
Elzyo atuava como servidor na Câmara de Cuiabá desde 2021. Primeiro, foi assessor parlamentar do vereador Marcus Brito Júnior (PV) entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Depois, desde novembro de 2022 estava lotado no gabinete do vereador Paulo Henrique (MDB). Após sua prisão, Elzyo foi exonerado por determinação do presidente da Câmara, vereador Chico 2000 (PL).
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O vereador Paulo Henrique foi alvo de uma ordem de busca e apreensão na Operação Ragnatela. Ele não esteve na Câmara Municipal na sessão ordinária dessa quinta-feira (06).
Conforme o inquérito da Polícia Federal, o ex-assessor tem pelo menos nove passagens criminais entre 2012 e 2022, abrangendo tipos penais como formação de quadrilha, organização criminosa e estelionato, o que evidenciaria “sua personalidade voltada ao crime”.
Os alvos da operação, que cumpriu oito ordens de prisão, integravam uma organização criminosa que lavava dinheiro da facção Comando Vermelho por meio casas de shows em Cuiabá. Os investigados chegaram a comprar casas noturnas e realizavam shows com atrações nacionais, com o único critério de que os artistas não fossem de estados controlados por facções rivais, como São Paulo.
Elzyo integrava o núcleo dos promotores de eventos, que ainda incluía Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo Gordão e Rodrigo de Souza Leal, que também trabalha na Câmara Municipal, no setor de Cerimonial. Parte dos shows era realizado no Dallas Bar, mas também em outras casas noturnas da Capital.
Após a realização dos eventos, os lucros eram divididos entre os integrantes da “G12 Eventos”, grupo formado por promotores de eventos, e as lideranças do Comando Vermelho. Conforme a investigação policial, eles usavam de “técnicas comumente adotadas” para lavagem de dinheiro como “depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e origem ilícita dos valores distribuídos; e a utilização de empresas de fachada para ocultar transações”.
Além de Elzyo, foram presos o empresário Wilian Aparecido da Costa Pereira; o servidor da Câmara Municipal de Cuiabá Rodrigo de Souza Leal; e o ex-jogador de futebol João Lennon Arruda de Souza. Também foram alvo de ordens de prisão Joadir Alves Gonçalves; Joanilson de Lima Poliveira; Lauriano Silva Gomes da Cruz; e Kamila Beretta Bertoni.