APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
Foi convertida em preventiva a prisão de Cleumar Kort, o homem que assassinou o vereador e servidor do Detran Alfredo Krause. O crime ocorreu na última terça-feira (04), na cidade de Vera (480 km de Cuiabá) dentro de uma unidade de Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), ligado ao Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), após o veículo de Kort não ser aprovado em vistoria.
Segundo o juiz Victor Lima Pinto Coelho, da Vara Única de Vera, haviam pelo menos oito elementos que justificariam a conversão da prisão de flagrante para preventiva, além da gravidade do crime cometido e a periculosidade do agente.
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O magistrado destacou que o assassino portava arma de fogo de uso restrito; que dificultou a defesa da vítima; que o crime foi praticado no interior de um órgão público; que o disparo foi realizado exatamente na direção do coração da vítima; que foi utilizada uma arma de fogo, considerada um instrumento letal; que após o crime, o assassino fugiu para outra cidade. Além disso, pontuou que é preciso evitar “a insegurança, impunidade e descredibilidade da justiça” e que o criminoso já tinha passagem pela polícia por crime de trânsito.
“Nesse contexto, no momento, o certo a fazer é prevenir que o flagranteado [Cleumar Kort] seja impedido de cometer novas infrações penais, justificativa essa idônea para a prisão cautelar ora decretada, até porque não foi esgotado o potencial ofensivo e, acaso solto, o agente, diante das suas aptidões morais negativas para delinquir, poderá reiterar sua conduta delitiva”, disse o juiz em sua decisão.
Diante de uma situação em que há indícios suficientes para provar a autoria do crime e, tendo demonstrado que a liberdade do assassino ofenderia a garantia da ordem pública, o magistrado decidiu pela conversão da prisão de em flagrante para preventiva. Na prisão preventiva, o acusado permanece preso até que o juiz responsável pelo processo entenda que seja necessário.
O caso
Cleumar Kort compareceu até a 55º CIRETRAN, no municipio de Vera, para submeter o seu veículo à vistoria. A vítima, Alfredo Krause informou que como não havia sido possível ler o número do chassi do veículo e, portanto, o veículo havia sido reprovado. Nesse caso, uma nova vistoria precisaria ser realizada.
Em possível estado de embriaguez, Kort foi em casa, buscou uma espingarda e três cartuchos, voltou para o Ciretran, se dirigiu para o setor de vistoria e, ao avista Alfredo, apontou a arma em sua direção e disse: “Eu vim aqui trazer o que cê queria”. Logo em seguida atirou no peito da vítima.
Em seguida, fugiu para a cidade de Feliz Natal. No caminho, o carro perdeu uma das rodas e ele voltou à pé para Vera. Escondeu a espingarda no mato e, quando percebeu que uma viatura da polícia se aproximava, saiu pulando muros das casas ao redor.
Mas ele não foi muito longe. Os policiais conseguiram cercá-lo e dar voz de prisão em flagrante.
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