CHRISTINNY DOS SANTOS
DO REPÓRTERMT
O coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, acusado de financiar a execução do advogado Roberto Zampieri, ocorrida no dia 5 de dezembro passado, no Bosque da Saúde, em Cuiabá, negou participação no crime. Em novo depoimento prestado na quinta-feira (1º), ele afirmou que foi usado como 'tábua de salvação', uma vez que seu delator estava "sofrendo pressões psicológicas".
Caçadini foi delatado pelo executor do crime, Antônio Gomes da Silva, e o intermediário, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, durante depoimento à Polícia Civil. Os criminosos relataram que o coronel teria pago a quantia de R$ 20 mil para que o executor cometesse o crime. O combinado era que repassasse mais R$ 20 mil para Antonio depois, o que não chegou a acontecer.
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Em depoimento, o coronel negou a participação no crime e disse ainda que se surpreendeu com o fato de ter sido citado por Barbosa. Ele acredita ter sido usado como uma 'tábua de salvação' devido a sua história como coronel no quartel em Belo Horizonte e pelo respeito que tem na sociedade.
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Conforme o coronel, Barbosa tem problemas psicológicos e o fato de "ter prestado seu depoimento sem advogado, ser transferido rapidamente para esta Capital e sofrendo pressões psicológicas com ameaças de ir para ala do PCC ou ala do Comando Vermelho" podem ter feito com que ele "dissesse coisas que não devia".
Barbosa e Caçadini teriam se conhecido em um grupo de WhatsApp criado pelo coronel. A relação dos dois seria "estritamente profissional", uma vez que o intermediário atuava como um assessor de informática para editar vídeo em um canal do Youtube da FAP, afirmou o coronel.
Embora considerasse Barbosa como conhecido/colaborador fiel, o Coronel afirmou que não era amigo do executor e ele não frequentava sua casa.
Prisões
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro, no dia 20 de dezembro. No momento da prisão, ela estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, a investigada negou as acusações. Em 18 de janeiro, O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquérito Policiais (Nipo), concluiu que não existem provas concretas que justifiquem a manutenção da prisão da empresária por mais 30 dias e ela deixou a prisão.
O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso no dia 15 de janeiro deste ano, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Em um primeiro depoimento, ele permaneceu em silêncio. O coronel foi transferido para Cuiabá na quarta (17) e, caso necessário, irá prestar um novo depoimento.
Antonio, o executor, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
O assassinato
Roberto Zampieri foi morto a tiros no dia 5 de dezembro, quando deixava seu escritório. O assassino ficou de tocaia esperando a vítima sair e o atacou no carro, uma Fiat Toro, com pelo menos 10 tiros.
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, mandante da execução, tinha planos de fugir do Brasil o mais rápido possível, quando foi presa em Minas Gerais.
Já o executor e o intermediário, que contratou o assassino a mando da empresária, se encontraram uma única vez, em um hotel de Cuiabá, onde ambos estavam hospedados. Eles também viviam no estado mineiro e vieram a Cuiabá cometer o homicídio.