DO REPÓRTERMT
Uma mulher registrou um boletim de ocorrência contra o delegado Ruy Guilherme Peral, da Polícia Civil de Várzea Grande, acusando ele de tentativa de assassinato contra seu marido no cumprimento de uma ordem judicial de busca e apreensão, diante da suspeita de que ele integrasse esquema de lavagem de dinheiro. O caso foi registrado em Várzea Grande, durante o cumprimento de uma ordem judicial de Santa Catarina.
Conforme o boletim de ocorrência, a esposa da vítima disse que seu marido foi atender o portão por volta das 06h40 da manhã, quando recebeu um tiro no rosto sem que tivesse esboçado nenhuma reação.
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Ela relatou que o cachorro da família teria se assustado com o barulho do tiro. E o delegado disse que disse que se o animal avançasse na equipe “seria mais um que iria morrer”. Só então o delegado teria dito que estava ali para cumprir uma ordem de busca e apreensão, mas ele só teria apresentado a ordem judicial muito depois.
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A mulher acusou o delegado de tentativa de homicídio e abuso de autoridade. Destacou que haviam duas filhas menores de idade do casal na residência. Disse, ainda, que apenas os policias de Santa Catarina prestaram socorro ao ferido.
A mulher pediu que seja feita perícia no local, bem como feita a apreensão da arma do delegado, inclusive com a lavratura do flagrante contra o delegado. Pediu a suspensão do seu porte de armas, que ele seja afastado da delegacia de Várzea Grande e que seja concedida medida protetiva em seu favor e de sua família.
Posteriormente, o delegado Ruy Guilherme Peral também registrou um boletim de ocorrência, apresentando a sua versão para os fatos.
Ele disse que o alvo da busca e apreensão tentou fechar o portão após ver os policiais, que precisaram forçar a entrada na residência. O homem teria feito um movimento brusco com um objeto escuro em suas mãos, que parecia ser uma arma de fogo, movendo-a em direção ao delegado.
Nesse momento, o delegado relata que precisou fazer o disparo por temer pela própria segurança. Segundo o delegado, o tiro atingiu o homem de raspão. Posteriormente constatou-se que se tratava de um aparelho celular.
O delegado contou que havia informações de que o alvo tinha armas por possuir registro de Caçador, Atirador esportivo e Colecionador de armas (CAC), que ele era considerado de alta periculosidade e há a suspeita de que ele seja membro de facção criminosa.
O delegado disse que a vítima foi socorrida para o pronto-socorro municipal, onde constatou-se que ele não tinha risco de morte. Posteriormente, ele pediu transferência para um hospital particular no bairro Jardim Cuiabá, na Capital. Enquanto isso, outra parte da equipe dava continuidade ao cumprimento da ordem de busca e apreensão.
Na casa do alvo, foram encontrados mais de R$ 125 mil sem origem comprovada, o que motivou a prisão em flagrante, ainda no hospital, diante do advogado que a família tinha acionado.
Ainda conforme o delegado, o preso já tinha sido alvo de uma operação da Polícia Federal, na Operação Jumbo, contra esquema de lavagem de dinheiro, em que foram encontrados R$ 900 mil em dinheiro vivo.