MAYARA MICHELS
DA REDAÇÃO
O delegado João Bosco que foi preso sob acusação de envolvimento com uma quadrilha de traficantes que atuavam na Grande Cuiabá, na Operação Abadom deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), no dia 27 de junho deste ano, deixou a cadeia para responder em prisão domiciliar. A investigadora esposa do delegado que conseguiu a liberdade há dias, também passará a responder em prisão domiciliar.
Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiram por não aceitar o pedido de mérito do HC proferida pelo relator, Pedro Sakamoto. O HC foi rejeitado, apenas para o delegado e a esposa.
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Para os quatro policiais também envolvidos no esquema, a Câmara aceitou o habeas corpus. Os policiais Cláudio Roberto da Costa, George Fontoura Filgueiras, Leonel Constantino de Arruda e Marcio Severo Arrial, foram liberados da prisão na tarde desta quarta-feira. Foi determinada a expedição do alvará de soltura. Eles estavam presos desde o dia 6 de setembro.
Para todos os réus a Câmara manteve as medidas cautelares de afastá-los do exercício da função pública, proibir que mantenham contato com qualquer testemunha arrolada no processo e ainda de se ausentarem de Cuiabá sem autorização judicial.
Todos eles são acusados de dar proteção a uma família de traficantes que atua em Mato Grosso em troca de vantagens, quantias em dinheiro, bens móveis e imóveis.
As prisões foram decretadas pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado acatou novo pedido do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e voltou a decretar a prisão preventiva deles.
O delegado ficou foragido por 16 dias e só se entregou no dia 21 de setembro, um dia após sua esposa Gláucia Cristina Moura Alt também foragida ter conseguido relaxar a prisão. O delegado e a esposa estão sendo acusados de dar proteção para os traficantes da quadrilha em troca de dinheiro, impedindo que os criminosos fossem presos em operações da Polícia Civil.
OPERAÇÃO ABADOM
As investigações iniciaram há 8 meses, com a prisão em flagrante de uma pessoa na rodoviária de Várzea Grande. A partir desse flagrante a Delegacia de Entorpecentes reuniu provas que levaram a identificação de 11 membros da quadrilha. O delegado de polícia e a esposa, foram presos na operação pela Corregedoria Geral da Polícia Civil e quatro detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) tiveram ordens de prisão cumpridas dentro da unidade prisional, em Cuiabá.
Com a conclusão do inquérito mais quatro policiais civis foram indiciados pelos crimes de abuso de autoridade, concussão e extorsão mediante sequestro. A corregedoria participou de todos os atos que envolveram policiais civis nas investigações da Delegacia de Entorpecentes, contando com dois corregedores trabalhando no relatório do inquérito juntamente com os delegados da DRE.