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Cuiabá, 27 de Janeiro de 2025
27 de Janeiro de 2025

25 de Janeiro de 2025, 10h:00 - A | A

POLÍCIA / SOCIEDADE EM PÂNICO

Delegado: Não é porque a pessoa fez um sinal que ela vai ser morta por facção

Caio Albuquerque, que assumiu a titularidade da Delegacia de Homicídios de Cuiabá, disse que falsa informação gera caos na sociedade.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT



O delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, Caio Albuquerque Junqueira, defendeu nesta semana que é preciso acabar com essa história de que fazer sinais de facção tem gerado mortes. Segundo ele, essa suposta motivação não passa de um “mito” criado para causar pânico na população.

"Vamos deixar bem claro, como eu falei: a investigação busca um motivo. Essa questão de sinal, a gente precisa desmistificar. Vamos afastar essa conversa, afastar essa história, vamos para o concreto. Não é porque a pessoa faz sinal que vai descambar para o resultado morte", disse à imprensa.

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"A gente precisa entender as coisas, senão fica uma sensação de insegurança, de medo, de um caos. O que a gente tem que demonstrar é porque determinada pessoa veio a óbito e, digo, asseguro, não é por conta de sinal. É por conta de um motivo que a investigação vai revelar", completou.

O tema passou a ser discutido de forma mais ampla após o brutal assassinado das irmãs Rayane Alves Porto, 25 anos, candidata a vereadora, e Rithiele Alves Porto, 28 anos, na cidade de Porto Esperidião (325 km de Cuiabá).

Sem ligação com o crime organizado, as duas foram sequestradas, torturadas e mortas a golpes de faca no dia 14 de setembro do ano passado. As investigações do caso revelaram que o crime foi cometido após elas postarem fotos nas redes sociais supostamente reverenciando uma facção rival.

O crime, ordenado por um líder da facção Comando Vermelho, teria sido assistido por ele de dentro da Penitenciária Central do Estado. O inquérito que investiga a morte das vítimas foi concluído pela Polícia Civil e encaminhado ao Ministério Público (MPMT).

De acordo com o delegado, todo crime tem sua motivação e atribuir um homicídio ao sinal que uma pessoa fez com os dedos ou por vir de um estado dominado por organizações rivais, seria uma "falácia".

"A gente sabe que facções e organizações criminosas têm os ditames. Tem alguma coisa que a vítima fez, mas concretamente demonstrado, que descambou no homicídio. Isso em qualquer homicídio. A gente vai buscar o motivo, obviamente injustificado. Mas eu repito: sinal é uma falácia", garantiu o delegado.

"A gente precisa afastar [essa informação], e que as pessoas tenham paciência, que as pessoas acalmem-se para afastar essa história de que sinal descamba para a morte. As pessoas falam, mas o que eu acho que todo mundo tem que se preocupar e se atentar é o que a investigação criminal revela. Não dá pra ficar nessa sensação de pânico, de medo, de insegurança".

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