CHRISTINNY DOS SANTOS
DO REPÓRTERMT
Uma foto com o endereço do advogado Roberto Zampieri, executado a tiros no dia 05 de dezembro, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, foi encontrada no telefone celular do coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas. O militar reformado é acusado de financiar a execução do profissional.
Durante a perícia realizada pelo Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, uma captura de tela do endereço do escritório da vítima (busca na internet), datada de 09 de outubro de 2023, menos de dois meses antes da execução do advogado.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Em depoimento realizado nesta quinta-feira (01), orientado pela defesa, Caçadini usufruiu do direito de ficar em silêncio e não se manifestou sobre a origem ou motivação da imagem.
O coronel foi delatado pelo executor do crime, Antônio Gomes da Silva, e o intermediário, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, durante depoimento à Polícia Civil. Os criminosos relataram que o coronel teria pago a quantia de R$ 20 mil para que o executor cometesse o crime. O combinado era que repassasse mais R$ 20 mil para Antonio depois, o que não chegou a acontecer.
Mas durante o depoimento desta quinta-feira negou a participação no crime e afirmou que foi usado como 'tábua de salvação', uma vez que seu delator estava "sofrendo pressões psicológicas".
Veja tudo sobre o Caso Zampieri clicando aqui
Prisões
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro, no dia 20 de dezembro. No momento da prisão, ela estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, a investigada negou as acusações. Em 19 de dezembro, o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquérito Policiais (Nipo), concluiu que não existem provas concretas que justifiquem a manutenção da prisão da empresária por mais 30 dias e ela deixou a prisão.
O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso no dia 15 de janeiro de 2024, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Em um primeiro depoimento ele permaneceu em silêncio. O coronel foi transferido para Cuiabá na quarta (17) e, caso necessário, irá prestar um novo depoimento.
Antonio, o executor, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
O assassinato
Roberto Zampieri foi morto a tiros no dia 5 de dezembro, quando deixava seu escritório. O assassino ficou de tocaia esperando a vítima sair e o atacou no carro, uma Fiat Toro, com pelo menos 10 tiros.
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, mandante da execução, tinha planos de fugir do Brasil o mais rápido possível, quando foi presa em Minas Gerais.
Já o executor e o intermediário, que contratou o assassino a mando da empresária, se encontraram uma única vez, em um hotel de Cuiabá, onde ambos estavam hospedados. Eles também viviam no estado mineiro e vieram a Cuiabá cometer o homicídio.