FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Alexandre Martins Ferreira, manteve a prisão preventiva de Hedilerson Fialho Martins Barbosa, militar acusado de intermediar o assassinato do advogado Roberto Zampieri em dezembro de 2023, no Bosque da Saúde, em Cuiabá. A decisão é dessa quarta-feira (19).
A defesa de Hedilerson alega que não foi informado ao militar sobre o direito de ficar em silêncio. Desde modo, os advogados pedem que seja revogada a prisão e consequentemente seja declarado nulo o segundo interrogatório.
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Hedilerson Fialho Martins Barbosa foi preso no dia 22 de dezembro, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Ao negar o pedido, o magistrado pontuou que Hedilerson já havia confessado seu envolvimento no crime por ocasião do seu primeiro interrogatório.
Advogados multados
O mesmo juiz condenou os advogados Neyman Augusto Monteiro, Nilton Ribeiro de Souza, Pedro Henrique Ferreira Marques e Matheus Amelio de Souza Bazzi ao pagamento de 10 salários mínimos cada um por “ato atentatório à dignidade da Justiça” por não terem apresentado defesa de seus clientes no processo decorrente do assassinato do advogado Roberto Zampieri.
Os advogados Neyman e Nilton são responsáveis pela defesa de Antonio Gomes da Silva e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, apontados como executor e intermediário, respectivamente. Já os advogados Pedro Henrique e Matheus respondem pela defesa do coronel de Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, denunciado como sendo o financiador do crime.
Na decisão o magistrado explica que, mesmo tendo sido intimados por mais de uma vez, os advogados não apresentaram defesa de seus clientes, atrapalhando o andamento do processo e agindo de forma a “procrastinar o andamento processual”.
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O crime
O advogado Roberto Zampieri foi morto a tiros, no dia 5 de dezembro de 2023, quando saia do seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Imagens divulgadas à época mostraram que o assassino ficou de tocaia, esperando a vítima sair, e que o atacou quando ele estava em seu carro, uma Fiat Toro.
O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso no dia 15 de janeiro de 2024, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Atualmente ele cumpre a prisão preventiva nas dependências do 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, por ser militar.
Antonio Gomes, o executor, foi preso em 20 de dezembro de 2023. Já Hedilerson Fialho Martins Barbosa foi preso dois dias depois. As duas prisões foram efetuadas na região metropolitana de Belo Horizonte.