APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O juiz João Bosco da Silva Soares, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), determinou a remoção da tornozeleira eletrônica instalada em Elenice Ballarotti Laurindo após ela não ser indiciada pela Polícia Civil na investigação que apura o assassinato do advogado Roberto Zampieri.
Em março deste ano, além do monitoramento eletrônico, a Justiça havia determinado a suspensão de seu passaporte, assim como o seu registro como Caçadora, Atiradora esportiva e Colecionadora de armas (CAC).
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“Sendo assim, diante da ausência de indiciamento em face da representada, revogo todas as Cautelares Diversas da Prisão impostas à investigada Elenice Ballarotti Laurindo”, diz trecho da decisão, datada do dia 9 de julho.
Elenice chegou a ter uma ordem de prisão expedida em seu nome porque a Polícia Civil acreditava que ela e o marido seriam os mandantes do assassinato de Roberto Zampieri. A decisão foi revista após a fazendeira atentar contra a própria vida por meio da ingestão de medicamentos de uso controlado, como revelou decisão judicial da época.
Na semana passada, o delegado Nilson Farias, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, concluiu o inquérito policial da investigação e não indiciou a fazendeira.
Seu marido, Aníbal Manoel Laurindo, por outro lado, foi apontado como aquele que coordenou todo o crime que resultou na morte do advogado na porta do seu escritório, em Cuiabá, em dezembro de 2023.
“Quando identificamos o casal, suspeitamos no início da participação de ambos, até porque a causa seria de interesse do casal. Mas, conforme as investigações foram avançando, ficou claro que Aníbal é o único planejador do crime. A conta da mulher que foi usada para fazer vários pagamentos, foi todo movimento pelo fazendeiro que controlava toda parte financeira da esposa. Por conta disso, não houve nenhum crime que justificasse o seu indiciamento”, explicou o delegado na época.
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado em dezembro de 2023, no momento em que entrava em seu carro no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. O homem foi morto por conta de uma disputa de terra avaliada em R$ 100 milhões, que Aníbal estava com receio de perder na Justiça.
Aníbal desconfiava que perderia a fazenda, pois ele acreditava que o advogado e o desembargador do caso eram bastante próximos e ambos estariam agindo em conjunto.