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Cuiabá, 25 de Novembro de 2024
25 de Novembro de 2024

25 de Novembro de 2024, 14h:00 - A | A

POLÍCIA / DECAPITADA EM MATAGAL

Mãe de trans assassinada por facção rebate investigação da polícia: “Ela nunca mexeu com droga”

Em entrevista à Folha de São Paulo, Nilda Salete dos Santos disse que a filha nunca mexeu com qualquer tipo de entorpecente, o que segundo os policiais é apontado como motivo da morte da jovem.

KARINE ARRUDA
DO REPÓRTER MT



A mãe da cantora transexual Santrosa, de 27 anos, assassinada pelo Comando Vermelho no dia 10 de novembro deste ano em Sinop (a 480 km de Cuiabá), rebateu as investigações da Polícia Civil e defendeu que a filha nunca mexeu com qualquer tipo de entorpecente, o que segundo os policiais foi o motivo da morte da jovem. Em entrevista à Folha de São Paulo, Nilda Salete dos Santos disse que espera que a justiça seja feita sem arruinar a imagem mantida em vida pela filha.

"Pintaram minha Santrosa como uma coisa [em relação à polícia afirmar que ela tinha envolvimento com facções e venda de drogas] e eu nunca ouvi falar nada disso. Nunca ouvi que ela tivesse envolvimento com drogas. Nunca vi ela usando drogas. Eu só quero que a justiça seja feita, mas sem manchar a imagem da minha filha", afirmou a costureira.

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Santrosa foi encontrada morta no dia 10 deste mês. Ela estava desaparecida desde o dia 9. Segundo relatado à polícia, ela saiu de casa por volta das 11h e não voltou mais. Depois de ser dada como desaparecida, a polícia encontrou o corpo da jovem em uma região de mata do município de Sinop, ela estava decapitada e com as mãos e os pés amarrados.

Diante das circunstâncias do crime, a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC-MT) descartou que a morte de Santrosa tenha sido motivada por transfobia. Para os investigadores, a cantora foi assassinada por um integrante do Comando Vermelho por supostamente vender drogas sintéticas na região sem a autorização da facção.

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"A informação que recebemos aqui é que a Santrosa estaria falando demais e fazendo caguetagem contra o Comando Vermelho. E porque a gente pode confirmar isso? Pela forma que ela foi executada. Aquela forma de execução, amarrada covardemente, torturada e decapitada é uma forma bem clara que o Comando Vermelho dá para seus inimigos. Então, nós temos certeza que foi algum integrante do Comando Vermelho que matou", disse o delegado da Polícia Civil de Sinop, Bráulio Junqueira, ao .

Ainda em entrevista à Folha de São Paulo, Nilda lembrou que a filha era muito carinhosa e odiava a ver chorando. A costureira diz que já chorou tudo que podia e agora as lágrimas secaram.

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"Não choro porque já chorei tudo que tinha. [...] As pessoas vêm me dizendo que estou forte, mas a verdade é que eu sequei. Ela não suportava me ver chorando. Chorava junto comigo. Ela foi uma pessoa que preencheu todas as lacunas da minha vida. Sempre foi uma pessoa especial, muito carinhosa.”, lembrou a mãe da jovem.

Santrosa era cantora trans e foi candidata a vereadora nas eleições municipais de 2024 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A mãe da jovem era sua principal apoiadora. Como costureira, Nilda era a responsável por fazer os vestidos com que Santrosa se apresentava em shows e também na competição Miss Gay Mato Grosso, em que ela representou Sinop no mês de abril deste ano.

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