JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
Após descobrir detalhes sobre a morte da advogada Cristiane Castrillon Tirloni, 48 anos, a namorada do ex-policial militar, Almir Monteiro dos Reis, 48 anos, se deu conta de que poderia ter sido a próxima vítima do criminoso.
Conforme já noticiado pelo RepórterMT, após matar Cristiane, limpar sua casa com creolina e sabão em pó, e deixar o corpo da vítima no Parque das Águas, Almir passou o domingo (13) com a namorada, que ele conheceu em um aplicativo. Eles estavam no terceiro encontro.
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Câmera de segurança da rua flagrou a troca de beijos entre os dois, apenas 30 minutos após Almir se livrar do corpo de Cristiane, no Parque das Águas.
Aos investigadores, a mulher revelou que Almir tentava "forçar as coisas" durante as relações sexuais. Ele prendeu seus braços para trás, para tentar forçar sexo anal, mas ela conseguiu contê-lo, impedindo agressões físicas.
"Ele fez o mesmo modus operandi e não conseguiu efetivamente. Ele prendeu os braços dela para trás, para forçar uma relação de sexo anal. Ela não permitiu naquele momento", revelou o delegado.
A investigação concluiu que Almir fez o mesmo com Cristiane Tirloni, o que iniciou as agressões e causou sua morte.
"Acreditamos que isso aconteceu também com a Cristiane. Pela Cristiane não permitir a prática deste ato, injustamente foi agredida e espancada. Havia sinais de agressão comprovados pela perícia. Tinha marcas na mão dela e na região da cabeça, onde levou várias pancadas."
O homicídio aconteceu na madrugada do dia 13 de agosto, no bairro Santa Amália, em Cuiabá.
Somente à noite, por volta das 23h, quando a Polícia Civil foi até a residência do homem, a namorada ficou sabendo do feminicídio. Ela se tornou testemunha do caso e, segundo o delegado Marcel Gomes de Oliveira, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, "se deu conta de que poderia ser a próxima vítima".
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O crime
Segundo a Polícia Civil, Almir matou Cristiane durante a madrugada do dia 13, entre meia noite e 2h. Em seguida, ele limpou o sangue da vítima por toda a casa, com creolina e sabão em pó, numa tentativa de dificultar as investigações. Neste tempo, ele deixou o corpo de Cristiane no banco do passageiro do carro dela, um Jeep Renegade verde.
Por volta das 8h30, Almir colocou óculos escuros na mulher e a levou até o Parque das Águas, onde abandonou o corpo. Ele então pediu um carro de aplicativo e voltou para casa.
Ele passou o dia com a namorada e acabou preso à noite, pela Polícia Civil, após rastrearem as antigas localizações de Cristiane pelo celular da mulher.
O inquérito foi concluído nessa quarta-feira (23) e enviado ao Ministério Público de Mato Grosso, a quem cabe a responsabilidade de oferecer a denúncia criminal ao Judiciário.
Almir foi indiciado pela Polícia Civil por feminicídio quadruplamente qualificado, pelos crimes de estupro, que ocorreu antes da morte da vítima, e por fraude processual, em razão de ter limpado a cena do crime.