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Cuiabá, 29 de Outubro de 2024
29 de Outubro de 2024

02 de Setembro de 2023, 16h:31 - A | A

POLÍCIA / DADOS DE 2022

OAB: Feminicídios deixaram 92 crianças sem as mães em Mato Grosso

As informações são de um levantamento realizado pela Polícia Civil.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT



O feminicídio tirou a vida de 47 mulheres no estado de Mato Grosso no ano de 2022. De acordo com a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), Gisela Cardoso, por conta desses crimes, 92 crianças ficaram sem suas mães no estado. Os dados são de um levantamento realizado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, com base nos boletins de ocorrência e em inquéritos policiais.

Gisela Cardoso trouxe os números à tona durante coletiva de imprensa para esclarecer as ações que a OAB vai tomar diante de três casos de violência contra mulher registrados neste mês de agosto, envolvendo advogados.

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Vale lembrar também, que no mês de agosto, uma advogada foi assassinada na Capital. Cristiane Tirloni foi estuprada, espancada e asfixiada por um ex-policial militar, dono de uma extensa ficha criminal.

Segundo Gisela, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial como um dos países mais violentos para as mulheres viverem.

“Infelizmente nós vivemos em um país que está entre os cinco com maior número de violência contra as mulheres. Tivemos no Brasil no ano passado, peguei esse dado porque ele choca, tivemos mais de 1400 feminicídios em um ano no Brasil. O que significa uma mulher morta a cada seis horas”, declarou.

“Mato Grosso no ano passado tivemos 47 feminicídios, um aumento em relação ao ano de 2021. Esse ano já são 22 mulheres mortas por serem mulheres, é bom lembrar porque essa é a característica do feminicídio. E outro dado que choca, do ano passado, dessas 48 mulheres vítimas de feminicídio, deixaram 92 filhos órfãos”, acrescentou.

A presidente ainda enfatizou que a luta para combater esse crime tem que ser encabeçada por toda sociedade, “homens, mulheres e entidades constituídas”.

“Tivemos um mês muito triste e de indignação e revolta porque a violência contra mulher sempre traz esse sentimento, em todas as profissões e precisa ser enfrentada com responsabilidade e importância com que ele precisa ser tratado junto a sociedade”, disse.

“O combate a violência contra mulher não é uma luta só das mulheres, muito pelo contrário, ela é uma luta que precisa ser encabeçada e lutada com toda sociedade, homens, mulheres, entidades, poderes constituídos porque só assim a gente consegue avançar”, emendou

Agressões

O primeiro foi o advogado Nauder Junior Alves Andrade, de 28 anos, que tentou matar sua namorada com uma barra de ferro, no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá, na madrugada de sexta.

O segundo é do advogado Marcos da Silva Borges que agrediu a ex-esposa e ainda esfaqueou uma amiga dela, dentro de um apartamento no bairro Duque de Caxias 2, em Cuiabá na noite de sábado.

Já o terceiro, foi o procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Benedito César Correa Carvalho, 53 anos, que enforcou e manteve em cárcere privado uma garota de programa, no bairro Araés, em Cuiabá.

Feminicídio de advogada

Além dos casos de agressões, também foi registrado o feminicídio da advogada Cristiane Tirloni, na madrugada de domingo (13), em Cuiabá. A mulher tinha passado a tarde de sábado (12) em um churrasco com a família e amigos e, por volta das 22 horas, foi com um primo até um bar nas proximidades da Arena Pantanal.

No local, conheceu o ex-policial Almir Monteiro dos Reis. Por volta de 23h30, o primo dela foi embora e a deixou com o ex-PM. Após isso, ela foi para casa do homem, onde acabou violentada, espancada e morta por asfixia.

Pela manhã, Almir pegou o carro da vítima, a colocou dentro do veículo e a levou até o Parque das Águas e deixou por lá. Ela só foi encontrada pela tarde, quando seu irmão notou o desaparecimento e rastreou seu celular. A mulher já estava morta.

Almir foi preso horas depois, já na madrugada de segunda-feira (14). Durante a prisão, ele deu diversas versões sobre o crime. Afirmou até que a vítima teria caído e "batido a cabeça" mais de quatro vezes.

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