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Cuiabá, 14 de Março de 2025
14 de Março de 2025

12 de Dezembro de 2018, 08h:07 - A | A

POLÍCIA / FRAUDES NA SEMA

Polícia Civil prende cinco em nova fase da Operação Polygonum

A Delegacia do Meio Ambiente não divulgou os nomes dos presos porque a investigação está em segredo de justiça.

DA REDAÇÃO



A Polícia Civil cumpriu cinco mandados de prisão preventiva na manhã desta quarta-feira (12) por força da 4ª fase da Operação Polygonum, que investiga esquema de fraudes por meio do sistema de regularização e monitoramento de propriedades rurais e instrumentalizados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Os mandados foram expedidos pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). O processo está em segredo de justiça.

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De acordo com as investigações da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e o Ministério Publico Estadual (MPE) existiam diversas formas de fraudes, sendo uma delas por deslocamento de polígonos. Nessa modalidade, por exemplo, o engenheiro contratado pelo proprietário apresenta informações falsas para o órgão ambiental, deslocando a localização do imóvel rural desmatado para local onde há cobertura florestal. Esse procedimento é feito no sistema da Sema e a área se mostra com aparência de legalidade.

O órgão ambiental, cooptado, aprova o Cadastro. Estando tudo regular é possível expedir APF (Autorização Provisória de Funcionamento) com total regularidade ambiental. Com esse documento pode-se obter financiamentos em instituições bancárias, dispensa nos pagamentos de reposição florestal e anistias de multas por desmatamentos ilegais (que em áreas de floresta amazônica é de R$ 5 mil por hectare). Em um exemplo hipotético, uma fazenda que tenha desmatamentos de 200 hectares pode deixar de pagar, apenas a título de multas, R$ 1 milhão.

Outra modalidade é mediante o desmembramento de propriedades. Para o Código Florestal os imóveis com menos de quatro módulos fiscais em determinadas hipóteses não precisam reconstituir desmatamentos ilegais. Com isso, uma propriedade é subdividida em diversos imóveis menores para ficar dispensado de obrigações ambientais. A Sema tem autorizado, por exemplo, que uma fazenda que possua várias matrículas tenha os Cadastros Ambientais individualizados para cada uma delas. Assim, caso o mesmo imóvel possua 10 matrículas poderá apresentar 10 Cadastros e cada um deles é analisado individualmente, recebendo benefícios que seriam destinados apenas aos pequenos produtores (como, por exemplo, não precisar de áreas florestadas no imóvel, ter diminuídas as áreas de preservação em beiras de rios, receber anistias etc.).

Com a fraude da fragmentação, a grande propriedade é subdividida em diversos imóveis menores. Na prática é uma grande fazenda, mas para a atual sistemática passam a ser pequenos imóveis autônomos e independentes, nos quais os desmatamentos criminosos são legalizados ou se autorizam a abertura de novas áreas em locais não passíveis de exploração agropecuária.

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