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Cuiabá, 23 de Novembro de 2024
23 de Novembro de 2024

04 de Agosto de 2023, 19h:10 - A | A

POLÍCIA / MOVIMENTARAM R$ 35 MILHÕES

Polícia indicia 22 empresários que montaram "cartel" para fraudar serviços médicos em MT

Empresários simulavam concorrência para impor valores muito maiores em serviços médicos

EUZIANY TEODORO
DO REPÓRTERMT



A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), concluiu o inquérito da Operação Espelho 1 e 2 e indiciou 22 empresários pela prática de crimes licitatórios e organização criminosa.

Conforme o RepórterMT noticiou anteriormente, os empresários montaram um "cartel" para fraudar contratos de serviços médicos assinados junto à Secretaria Estadual de Saúde, para atuação em hospitais estaduais. A investigação começou após indícios de fraude no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande.

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Os empresários simulavam concorrência entre eles, para impor valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs sem necessidade, por exemplo, visando apenas o aumento dos lucros.

Quando a segunda fase da operação foi deflagrada, em maio deste ano, foram apreendidos 36 carros de luxo dos envolvidos e 20 imóveis de alto padrão foram bloqueados pela Justiça.

Nesta sexta-feira (4), a Justiça autorizou a instauração de outros inquéritos policiais para investigar eventual participação de agentes públicos.

O inquérito n. 10/2020 foi remetido nesta sexta-feira (04.08) ao Poder Judiciário e a limitação de informações sobre esse caso se deve à decretação de segredo de justiça.

Leia mais - Polícia apreende R$ 35 milhões de acusados de "cartel" de serviços médicos em MT

Cartel

Deflagrada em 2021, a primeira fase da Operação Espelho investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (hospital metropolitano), em Várzea Grande.

Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.

Já na segunda fase da Operação Espelho, em maio deste ano, foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Os prejuízos apurados, até o momento, superam a casa dos R$ 35 milhões, com potencial de sensível aumento, conforme a investigação.

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