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Cuiabá, 12 de Março de 2025
12 de Março de 2025

12 de Março de 2025, 16h:53 - A | A

POLÍCIA / RECURSO NEGADO

STJ mantém júri popular para advogado que tentou matar namorada após ela negar sexo

Nauder Junior Alves Andrade será julgado pelo Tribunal do Júri por feminicídio tentado.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



O ministro Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou recurso do advogado Nauder Júnior Alves Andrade e manteve a decisão que determinou a realização do seu julgamento no Tribunal do Júri em razão da tentativa de assassinato da ex-namorada. 

Em sua decisão, o ministro concordou com a decisão recorrida, na qual ficou definido que para mandá-lo ao Tribunal do Júri é necessário “tão somente o convencimento do juiz acerca da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação”.

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Nesse sentido, o ministro destacou que “existem provas mínimas, colhidas na fase inquisitorial e em juízo, da participação do réu no crime em questão” o que justifica a decisão que negou absolvição sumária do acusado.

O ministro Palheiro destaca que o entendimento do TJ de Mato Grosso não destoa da jurisprudência firmada pelo STJ que entende que “na decisão de pronúncia, a qual constitui mero juízo de admissibilidade da acusação, somente se admite a exclusão de qualificadoras quando manifestamente improcedentes ou descabidas, sob pena de afronta à soberania do Júri” e que "o juiz só desclassificará o delito diante da certeza da ausência de dolo na conduta imputada ao réu ou de provas inequívocas de que o recorrente desistiu voluntariamente de ceifar a vida da vítima. Em caso de dúvida, compete ao Tribunal do Júri decidir".

“Ante o exposto, conheço do agravo para não conhecer do recurso especial”, concluiu.

Entenda o caso

Nauder Junior Alves Andrade foi preso em flagrante pela Polícia Civil, em 18 de agosto de 2023, acusado de tentar matar a sua namorada com uma barra de ferro na casa onde moravam, no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá.

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Após o crime, ele se internou em uma clínica de recuperação para dependentes químicos, em Chapada dos Guimarães.

A vítima foi localizada próxima à guarita de um condomínio da região, foi acolhida e encaminhada para o Plantão da Mulher 24h.

A mulher relatou que estava em casa com o advogado, quando ele saiu do quarto para usar drogas e depois tentou manter relações sexuais com ela, que se recusou. Após a negativa, passou a agredi-la com socos, chutes e xingamentos.

Após o início da sessão de agressões, a engenheira tentou fugir para outros cômodos da casa, mas o bandido a alcançou e continuou o espancamento, inclusive, usando uma barra de ferro.

A vítima até conseguiu pegar a chave de casa e sair até a garagem, mas o advogado a encontrou e novamente lhe agrediu, jogando a mulher no chão e tentou matá-la. Durante as agressões, ela relatou ter perdido a consciência várias vezes.

Quando o bandido foi pegar a barra de ferro para continuar a atacá-la, ela conseguiu escapar e pedir ajuda na portaria de um condomínio, próximo de sua casa.

Após as agressões, o advogado fugiu levando o celular da vítima, para que ela não pedisse socorro para a família.

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