JOÃO AGUIAR
DAFFINY DELGADO
Em greve, policiais penais que estão em presídios de Cuiabá e Várzea Grande se recusaram a receber novos presos entre a noite de quinta-feira (16) e a manhã desta sexta-feira (17).
A decisão causou confusão no Fórum da Capital e teria ocorrido até ameaça de prisão, afirmou uma das grevistas.
A manifestação dos policiais, que ocorriam no Centro de Ressocialização de Cuiabá, foi encaminhada para o Fórum nesta manhã em forma de “ajuda” para os agentes do órgão. Cerca de 150 agentes estão no local.
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Segundo Marluci Cristina, umas das líderes do movimento, o ato é um “apoio”.
“É um respaldo que estamos dando para eles. Para ajudar os colegas que estão lá dentro a não serem presos”.
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Policiais penais de MT deflagram greve por tempo indeterminado
A informação de que eles seriam presos, conforme Marluci, surgiu na quinta-feira.
“Os presos saem da delegacia e vão para um espaço no fórum, onde ficam na tutela do estado para aguardar a audiência de custódia e passam por exames. Após isso, se forem soltos, são liberados, se forem condenados, são encaminhados para as penitenciárias do Estado”, explica.
De acordo com a policial, uma mulher e quatro homens eram para ser encaminhados para o presídio na quinta-feira.
“Os policiais do fórum passaram por unidades para entregar os presos, mas unidades não queriam receber, por conta do movimento grevista”, afirmou.
Os presos voltaram para o fórum e ficaram nas celas do órgão.
“Diante disso, houve a informação de que os colegas que fazem plantão no fórum sofreram retaliação por medida judicial, ou seja, se eles não recebessem os presos, seriam presos”, explicou.
Marluci reforça que a ação é pacífica e não está impedindo ninguém de acessar o órgão.
“Só estamos orientando para eles procurarem outro local, já que pode dar superlotação nas celas dentro do Fórum”.
Greve
O Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen) declarou greve na quinta-feira (16), por tempo indeterminado, depois de tentar negociações com o Governo do Estado por 40% de aumento salarial.
A categoria reivindica equiparação salarial com as polícias.
O indicativo de greve da categoria já tinha sido sinalizado na semana passada, quando representantes passaram a dialogar com o Estado.
Contudo, a paralisação foi suspensa diante das negociações. Como o resultado não agradou à classe, a greve foi deliberada em reunião na quarta-feira.