FOLHA DO ESTADO
A Casa do Parque inaugura nesta quinta a exposição ‘Ciência, Realidade e Ficção’, do artista plástico João Sebastião da Costa. São 30 gravuras e ainda duas telas inéditas tematizando o universo regional. A abertura ocorre às 19h e a entrada é franca.
As gravuras vêm sendo elaborados desde 2008 e as duas telas foram feitas especialmente para a exposição. O artista explica o título da mostra: “A ciência está presente por se tratar de um trabalho inspirado no conhecimento e no autoconhecimento, entre o erudito e o popular. Realidade, por abordar a realidade natural desta terra, como o caju, a onça, o calor, as redes, os rios. E ficção, por se referir a um artista metafísico com uma grande entrada no fictício”.
Uma das telas retrata o risco que a onça enfrenta com as queimadas. A outra faz alusões a grandes personalidades. “São obras jamais vistas deste meu novo momento. Espero poder surpreender o público”. Ambos os trabalhos foram pintadas em acrílico sobre tela.
Normal - Cuiabano, nascido em 1949, João Sebastião Francisco da Costa é desenhista, pintor, figurinista e professor. Começou a explorar a potencialidade de seu traço ainda criança, inspirado pela mãe, a artista ceramista Alexandra Barros da Costa. Aos 12 anos, já possuía seu próprio ateliê. Iniciou os estudos sobre pintura com Bartira de Mendonça, em 1965.
Entre 1966 e 1967, fez contato com artistas representativos de tendências modernistas no Rio de Janeiro, uma influência que afetou profundamente a sua criação. Por volta de 1969, passou a frequentar o ateliê de Humberto Espíndola, em Campo Grande e a partir de 1973, desenvolveu atividades artísticas no Museu de Arte e Cultura Popular na Universidade Federal de Mato Grosso. Hoje com 62 anos, mantém um ateliê próprio em sua casa.
O artista é conhecido por suas recriações de elementos regionais, em especial da onça e do caju. “Há mais de 30 anos uso em todas as minhas telas a onça, que significa na teoria a rainha do Pantanal, a mulher cuiabana e o sentimento feminino. O caju retrata a sociedade, a cultura e a nossa regionalidade”.