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Cuiabá, 22 de Dezembro de 2024
22 de Dezembro de 2024

09 de Junho de 2014, 22h:39 - A | A

CIDADES / COMBUSTÍVEL BATIZADO

68 reclamações foram registradas no Procon de MT somente em cinco meses

Casos onde o consumidor se sentir lesado, o Procon deve ser acionado para intermediar uma negociação

ALINE FRANCISCO
DA REDAÇÃO



Reclamações de clientes insatisfeitos com o atendimento, qualidade dos produtos e possíveis problemas nos veículos após serem abastecidos, já foram ‘temas’ de 68 reclamações de consumidores na Superintendência de Defesa do Consumidor (Procon-MT), somente de janeiro a maio. Um caso recente é o do empresário Joaquim Cássio Pinto de Souza, que teve problemas em seu veículos após ter o combustível trocado, ao invés de gasolina, foi colocado diesel no tanque de combustível. 

De acordo com o gerente de fiscalização da Superintendência, Ivo Firmo, no caso do empresário, assim como as outras reclamações envolvendo combustível, o consumidor que se sentir prejudicado deve buscar o seu direito. “Esse caso é de responsabilidade é total do posto de combustível. Não cabe culpar e dizer que a responsabilidade é do frentista, a relação empregado/ patrão não é envolvida nesta situação”.

No caso do empresário, o prejuízo, segundo ele, foi de R$1,800, entre mão-de-obra e peças que precisaram ser trocadas, mas o posto de combustível teria oferecido apenas R$400. Ivo Firmo explica que é possível uma negociação entre a empresa e o consumidor, e se tudo for acertado corretamente não há a necessidade de buscar o Procon. “É mesmo questão de acordo, se o consumidor ficar satisfeito com o que foi proposto, e a empresa cumprir corretamente, não tem por que envolver a justiça nisso”.

Ivo explica ainda que nesses casos o ressarcimento deve ser integral, desde que seja comprovado que a troca do combustível causou o problema no veículo. “Documentos que comprovam o abastecimento no posto, notas da oficina e tudo que couber como prova de que houve realmente o dano. Resta ao comerciante realizar o pagamento”.

O CASO

O empresário Joaquim Cássio Pinto de Souza acusa o posto Renascença, da distribuidora nacional de combustíveis ‘Idaza’, de má fé. O estabelecimento, segundo o empresário, se recusa a pagar o conserto do motor do seu carro, VW Fox, que teria fundido após ser abastecido com diesel, sendo que o veículo dele é flex, ou seja, só poderia ser abastecido por álcool ou gasolina. O comércio está localizado no cruzamento das Avenidas Tenente Coronel Duarte (Prainha) com a Carmindo de Campos, na região central de Cuiabá.  

Ao RepórterMT, nesta quinta-feira (4), Joaquim afirmou que na segunda-feira (2), por volta das 15h, parou em frente de uma ‘bomba de combustível do Posto Renascença e solicitou que o frentista abastecesse o seu carro com R$ 20 de gasolina.

“Após o funcionário terminar o serviço, liguei meu carro e segui meu percurso. Porém, quando subia a Avenida Getúlio Vargas, o carro começou a fazer uns barulhos esquisitos, sair fumaça do motor, e no mesmo momento, parou de funcionar”, falou.

Em seguida, Joaquim conta que ligou para um mecânico que pediu para o empresário solicitar um serviço de guincho, que iria encaminhar o veículo à oficina. “Já na oficina, o profissional afirmou que teria que abrir o motor, já que não estava conseguindo identificar o problema. Ao abri-lo, o mecânico encontrou diesel e descobriu o problema”, destacou.

Constatado a avaria, o empresário voltou ao posto Renascença e informou sobre o prejuízo. “O gerente do local pegou o modelo do meu carro e o horário que abasteci para confirmar a situação no circuito interno de TV do estabelecimento.

Minutos depois, eles confirmaram que o frentista teria abastecido o carro com diesel e disseram para eu fazer o orçamento do prejuízo. Até ai eu achei que estava tudo tranquilo”, explicou.

Com isso, Joaquim voltou a oficina que cobrou R$ 800 reais de ‘mão-de-obra’ e R$ 1 mil pelas peças trocadas. “Ao levar o preço do prejuízo ao posto, o gerente se recusou a pagar e afirmou que só iria arcar com R$ 400. Eles (direção do posto) disseram que eu me precipitei em deixar o mecânico abrir o motor. Eu só quero meu carro funcionando do jeito que estava antes. Preciso do veículo para trabalhar, não posso ficar no prejuízo”, afirmou.

Como o posto não acarcou com os prejuízos, Joaquim realizou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, onde a Delegacia Especializada do Consumidor (DECON) deve investigar o caso. O empresário também acionou o Procon, para em seguida processar a empresa por danos morais.

RESPOSTAS DE CONCESSIONÁRIAS 

A reportagem falou com duas concessionárias de veículos, em Cuiabá. A primeira, a da Fiat, informou que essa troca de combustível, como no caso da matéria, provoca uma reação instântanea no motor do carro e que pode vir a fundir. Já na segunda, a Volkswagem, informou que o motor só pode ser fundido em casos de falta de lubrificação do motor, ou seja, falta de óleo.

A concessionária informou que a troca de combustível não influencia na perda do motor. Segundo o responsável pela oficina, o que pode acontecer em casos como esses, de trocar a gasolina pelo óleo diesel, é o carro ficar 'fumaceando' e parar de andar, mas isso, segundo o profissional, não é suficiente para fundir o motor.

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