VINÍCIUS LEMOS
DA REDAÇÃO
A professora Stela Silva comprou um novo automóvel, porém, terá de esperar para que consiga dirigi-lo. Em razão da greve dos funcionários do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran), que já dura 11 dias, Silva não conseguiu realizar a vistoria do veículo, que deve ser feita após a compra de um carro usado. A paralisação do Detran-MT ocasiona problemas aos motoristas, que não conseguem realizar serviços fundamentais para dirigirem dentro da lei.
“Eu moro na região da Serra de São Vicente e, por conta da greve, nem me arrisco a ir ao Detran. Sei que não serei atendida”, lamenta a mulher, que ainda não conseguiu dirigir o novo veículo que comprou. “O carro está na oficina, só aguardando a vistoria. Nem sei quando isso vai acontecer’’, lamentou.
O sonho de ter uma carteira de motorista também teve de ser adiado para o jornalista Renan Marcel. Por conta da greve do Detran-MT, ele não conseguiu realizar a prova prática para obter o documento. “Eu ia fazer a última aula prática antes da prova, que já estava marcada, mas com a greve, tudo teve de ser adiado e agora terei que remarcar a prova”, lamentou.
Marcel acredita que a carteira de motorista traga vantagens ao cidadão. “O documento dá mais liberdade, pelo fato de estar dirigindo dentro da lei”, relatou o rapaz, que ainda não tem carro e pretende comprar um veículo no ano que vem. Ele precisa realizar o mais rápido possível a avaliação para tirar a habilitação. “Estou apenas esperando o fim da greve para fazer essa prova”.
A presidente do Sindicato dos Servidores (Sinetran-MT), Veneranda Acosta, relatou que 35% do efetivo está trabalhando normalmente. Acosta também afirmou que ainda não há indícios do fim da paralisação. Na tarde quinta-feira (31) haverá uma reunião entre os servidores do Detran-MT e o governo do Estado. Logo após o diálogo, a classe se reunirá em uma assembleia nesta sexta-feira (01) para definir se aceitará a proposta e dará fim à paralisação.
A PARALISAÇÃO
Os servidores do Detran-MT iniciaram a paralisação no dia 21 de outubro. As reivindicações da classe são: A melhora no DetranNet, sistema de internet da instituição, que vive fora do ar. A reestruturação organizacional da autarquia, com a redução de cargos comissionados e a destinação de 50% para serem exercidos por servidores efetivos; devolução de servidores cedidos para o Detran por prefeituras e outras secretarias que estão ocupando vagas de candidatos classificados; outro concurso público para profissionais não contemplados no último concurso; revogação da lei complementar que terceiriza o setor de vistoria veicular/ambiental; e publicação de uma lei complementar que defina recursos mensais para o Detran poder funcionar.
