DA REDAÇÃO
Juiz da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, Geraldo Fidélis afirma que a Penitenciária Central do Estado (PCE) “será uma enorme usina geradora de covid-19 na Capital do Estado e na vizinha cidade de Várzea Grande”, caso medidas urgentes não sejam adotadas. Na madrugada desta quinta-feira (02), o juiz recebeu a informação que há 600 presos da PCE, dos 2,3 mil, com sintomas respiratórios, ou seja, com suspeita de covid-19.
Fidélis encaminhou ainda ontem um ofício para as autoridades estaduais e municipais de Cuiabá e Várzea Grande, das áreas de saúde e segurança pública, afirmando que caso “um enérgico protocolo de atenção aos recuperandos da PCE não seja adotado ainda esta semana”, os presos com covid-19 serão soltos, como determina Recomendação do Conselho Nacional de Justiça.
“Todos aqueles positivados com o novo coronavírus poderão ser reinseridos em sociedade e, consequentemente, sob a tutela da rede pública de saúde estadual e municipal, as quais, segundo consta, estão colapsadas", afirma Fidélis
“Todos aqueles positivados com o novo coronavírus poderão ser reinseridos em sociedade e, consequentemente, sob a tutela da rede pública de saúde estadual e municipal, as quais, segundo consta, estão colapsadas. Este final de semana será crucial para se salvar inúmeras vidas e evitar a propagação do maléfico vírus. Não há mais tempo a se perder!”, enfatiza.
A informação que já chegou ao juiz é que dois raios da PCE já foram isolados para os suspeitos de contaminação com covid-19. “Embora a equipe lá existente se desdobre em ações e cuidados, não será suficiente ao atendimento, de modo que, ante a responsabilidade tripartite – União, Estado e Município, todos os órgãos do sistema de saúde deverão mover esforços conjuntos e sistemáticos para o tratamento dos sintomáticos e adoção de estratégias de isolamento e prevenção daqueles que ainda não foram contaminados nas unidades prisionais”.
Fidélis afirma que o sistema penitenciário estabeleceu medidas eficazes de isolamento e protocolos sanitários, evitando que a disseminação do vírus nas unidades ocorresse de maneira massiva, o que deu resultado até esta semana.
O juiz enfatiza que a PCE tem hoje 2,3 mil presos e mais 200 pessoas, entre Policiais Penais e servidores do Sistema Penitenciário, e se não forem adotadas as medidas emergenciais, “em apenas alguns dias, todos os penitentes estarão contaminados”. “E, além deles, os Policiais Penais, servidores do Sistema Penitenciário, equipes de saúde penitenciária e os parentes destes, o que resultará, com toda certeza, reflexos em nossos bairros, pasmem!”.
Fidélis afirma que a reestruturação, com urgência, dos pontos de atenção secundária, e não somente atenção terciária, no atendimento à população privada de liberdade, bem como, a assistência à saúde deve ser prestada intramuros, com a aquisição de medicamentos profiláticos para todos os penitentes, dotação de profissionais na PCE e demais ações terão que ser implantadas.
“Em apenas alguns dias, todos os penitentes estarão contaminados”, alerta o juiz
Veja as medidas determinadas pelo juiz:
I – à Secretaria de Segurança Pública (Secretário Alexandre Bustamante dos Santos) e à Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária - SAAP/SESP (Secretário Emanoel Flores) que convoque os profissionais da área da Saúde lotados no Sistema Penitenciário, tais como, técnicos de enfermagem, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, médicos pneumologistas e infectologistas, a fim de que permaneçam em regime de prontidão, diante de uma eventual imediata convocação de emergência, em regime de plantão, mediante as compensações devidas, visando a promoção de atenção à saúde na Penitenciária Central do Estado;
II – às Secretarias de Saúde Estadual (Secretário Gilberto Figueiredo) e dos Municípios de Cuiabá (Secretário Luiz Antonio Possas de Carvalho) e de Várzea Grande (Secretário Diógenes Marcondes):
1) para que prestem a efetiva assistência medicamentosa aos recuperandos das unidades prisionais desta Capital, onde se encontram pessoas privadas de liberdade das duas cidades;
2) prestem a efetiva assistência médica da rede de saúde, devendo, em caso de necessidade, os gestores estadual e/ou municipal convocar seus profissionais de saúde para permanecer de prontidão;
III - às Secretarias Municipais de Saúde de Cuiabá e de Várzea Grande, que não se abstenham de promover atendimento nas unidades básica de saúde aos casos de Covid-19, confirmados ou sob forte suspeita, das Pessoas Privadas de Liberdade;
IV – a apresentação de um fluxo de atendimento, capitaneado pela Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária - SAAP/SESP, mediante a participação das Secretarias de Saúde Estadual e dos Municípios de Cuiabá e Várzea Grande, com indicação precisa das ações tomadas e plano de trabalho dos profissionais da saúde na Penitenciária Central do Estado e demais unidades de Cuiabá, no prazo de 24h;
V – de forma orientativa, ao Conselho da Comunidade da Execução Penal da Comarca de Cuiabá – CONCEP (Presidente Sílvia Tomaz), a adquirir a espécie e a quantidade necessária de medicamentos que os médicos sugerirem, de forma emergencial, inclusive, se for o caso, buscando apoio junto ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e no Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário.
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Anny 05/07/2020
Me perdoa!! Mtos ali realmente são perigosos!! Mais mtos caíram na besteiras se cometer crimes e estão pagando por tudo da pior maneira possível! E muitos tem mãe.. mulheres e filhos que sofrem por não terem notícias dos seus! E só Deus tem o direito de julgar quem morre ou que vive...e mtos ali pedem por uma única chance de tentar de novo!! E garanto se a família pudesse elas mesmos estariam cuidando da saúde dos seus filhos! Então vamos ter mais amor no coração!! Nos tempos que vivemos não devemos julgar...e sim tentar amenizar tanta dor que assola o mundo!!Deixe Deus agir!!
Povo de Matogrosso 03/07/2020
Boa... solta bandido, estuprador, traficante para contaminarem em massa a população. É muita canalhice e burrice.
Teka Almeida 03/07/2020
Soltar NÃO. Aproveita e leva prá sua casa. Lá terão tratamento de primeira, remedios, comida em horários certos, cuidadores e testagens a cada semana. Já que pagamos impostos para sustentar esses vagabundos e o salário do judiciário temos o direito de exigir respeito a população que é a vitima desses marginais.
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