JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O perito Renato Carrijo, da Polícia Civil do Distrito Federal, revelou em depoimento nesta quinta-feira (22), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro, que a bomba que o mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32 anos, colocou em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília, é industrial e utilizada em pedreiras para explodir rochas.
Alan Diego está preso desde o dia 17 de janeiro no Presídio da Papuda. A tentativa de ataque aconteceu no dia 24 de dezembro do ano passado, em meio às manifestações contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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À polícia, Alan afirmou que recebeu o explosivo de George Washington no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. George foi preso em flagrante no dia 24 de dezembro. Alan deve ser ouvido na CPI nas próximas semanas.
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Renato Carrijo foi chamado a prestar depoimento à CPI na condição de testemunha. Ele estava de plantão no dia da tentativa de atentado. O perito mostrou imagens da investigação (veja todas ao fim da matéria).
"É um explosivo industrial, geralmente utilizado em pedreiras para rompimento de rochas", afirmou o perito à CPI sobre o explosivo.
Conforme o perito, parte do material usado para a fabricação da bomba é de uso restrito e controlado pelo Exército. Segundo o profissional, existem componentes que sequer são vendidos a pessoas físicas, somente a empresas que comprovem atividade em pedreiras e a necessidade de romper rochas.
"Não tenho informação técnica e precisa sobre [como é feito] o controle, mas eu entendo de legislação. Os produtos perigosos, principalmente os explosivos, são de uso controlado. E quem controla é o Exército. Perte dos produtos, e eu estou me referindo à emulsão, que foi o que eu encontrei", declarou o Renato Carrijo.
"Emulsões utilizadas em pedreiras são controladas pelo Exército e são distribuídas apenas, se eu não estiver muito enganado, para CNPJs, ou seja, empresas que trabalhem diretamente com fim do uso explosivo. Então, não é um indivíduo qualquer que pode chegar num local e adquirir esse explosivo", acrescentou.