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Cuiabá, 18 de Janeiro de 2025
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24 de Setembro de 2021, 17h:00 - A | A

GERAL / PENA BRANDA

Mãe de Rodrigo Claro sobre julgamento Izadora Ledur: "Ganhou aval para seguir matando"

O julgamento da morte do ex-aluno do Corpo de Bombeiro Rodrigo Claro foi realizado na quinta-feira (23).

DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO



"Arrasada" com a decisão da Justiça Militar que condenou na quinta-feira (23), a tenente Izadora Ledur, a uma pena de um ano em regime aberto pela morte do filho, o ex-aluno Rodrigo Claro, dona Jane Patrícia Claro afirmou e que a militar “ganhou carta-branca para continuar matando".

Rodrigo morreu no dia 10 de novembro de 2016, após ser submetido a uma sequência de afogamentos (conhecidos como caldos), durante o treinamento de atividades aquáticas, realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual Ledur era instrutora.

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Jane disse que luta por justiça pela morte do filho há 4 anos e 10 meses. Ela classificou o julgamento feito pela Justiça Militar como "vergonhoso".

“Minha sensação é de vergonha, vergonha alheia pelo que a nossa Justiça fez. É um tapa na cara da nossa sociedade, não houve Justiça nenhuma para o Rodrigo, ela vai poder continuar fazendo o que sempre fez. O que é um ano na vida dela comparado à perda da vida do Rodrigo? Não dá para aceitar”, disse.

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A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Militar. Já o Conselho Militar foi composto pelo tenente-coronel Neurivaldo Antônio de Souza e os majores Paulo César Vieira de Melo Júnior, Ludmila de Souza Eickhoff e Edison Carvalho.

Para a maioria do conselho, inclusive do magistrado, a conduta da oficial não se enquadrava como tortura, conforme apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE), mas sim maus-tratos.

Ao #repórtermt Jane explicou que ainda está digerindo o que aconteceu e que ficou em estado de choque quando ouviu a condenação. Foi algo que ninguém esperava. Não consegui nem dormir. Estou arrasada. Meus filhos estão do mesmo jeito. Nada aconteceu. A nossa luta foi em vão", lamentou.

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A pena de um ano de prisão em regime aberto não fez com que a militar perdesse o cargo no Corpo de Bombeiros. Jane Claro destacou que o mínimo esperado da Justiça é que ela fosse expulsa da corporação.

"É por isso que ela batia no peito afirmando que a justiça jamais a atingiria. Ela ganhou carta-branca para continuar matando e torturando", declarou.

MPE entra com recurso

O Ministério Público Estadual (MPE) queria a condenação da ré pelo crime de tortura com resultado na morte de Rodrigo. A pena prevista para o crime era de 8 a 16 anos de prisão. Além disso, o órgão pedia a expulsão da militar das fileiras do Corpo de Bombeiros.

Diante do resultado, o promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta afirmou que vai recorrer da decisão ainda nesta sexta-feira (24).

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