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Cuiabá, 25 de Outubro de 2024
25 de Outubro de 2024

25 de Outubro de 2024, 13h:01 - A | A

GERAL / QUEIMADURAS NO CORPO

Mãe denuncia morte de recém-nascido no Hospital Santa Helena; CRM investiga

Hospital responsabilizou empresa terceirizada, que disse que se eximiu de culpa.

DO REPÓRTERMT



Uma mãe procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM) para denunciar a morte do seu filho recém-nascido, que estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Santa Helena. Ela disse que a criança tinha queimaduras pelo corpo e outras lesões.

Em nota, o CRM informou que foi instaurada uma sindicância para apurar os fatos denunciados. Destacou que, conforme a legislação, o procedimento deverá tramitar em sigilo.

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Em entrevista ao site G1, Raiany Carvalho, de 26 anos, disse que o filho nasceu em 2 de setembro e precisou ser encaminhado para uma UTI logo após o parto. Durante a internação, a criança apresentou complicações, inclusive com queimaduras e lesões. A família apontou a ocorrência de erros médicos que agravaram o quadro do recém-nascido, que morreu no último sábado (19).

"Meu filho ficou uma semana com diarreia e assaduras. Eu reclamava com os médicos, mas eles só davam remédios para aliviar a dor. Depois de uma semana, o quadro dele piorou, e o entubaram para que eu não o visse chorando", disse Raiany.

A criança ainda passou por uma cirurgia de emergência, que detectou que o intestino do bebê estava necrosado, resultando na remoção de 30 cm do órgão.

Quatorze dias após a primeira cirurgia, os pontos se abriram, deixando o intestino exposto durante a noite toda. Um curativo só seria realizado no dia seguinte.

Na sexta-feira passada (18), a criança teve convulsões e sinais de dor intensa causada por uma infecção bacteriana. A criança morreu no dia seguinte.

"Meu filho nunca mamou no meu peito. Ele inchava e sofria e eu não pude nem pegar o meu filho", contou ao G1.

O RepórterMT entrou em contato com a assessoria da Hospital Santa Helena, que afirmou que a UTI Neonatal é responsabilidade de uma terceirizada, a Escomed Assistência Médica. O hospital disse também que o contrato com a empresa está vencido, mas a terceirizada continua gerindo o serviço por conta de uma ação judicial que tramita em sigilo.

Em nota, a Escomed Assistência Médica informou que o paciente deu entrada na UTI em estado grave, com infecção e insuficiência respiratória, e que as feridas são decorrentes de dispositivos médicos.

“Sentimos muito pela perda dessa família, e com certeza não medimos esforços para que todos saiam daqui com seu bebe no colo, porém nem sempre é possível”, conclui a nota.

Ao RepórterMT, Flávia Bumlai Alves Pinto, que responde pelo jurídico da empresa terceirizada, disse que a mãe da criança não seguiu os protocolos e orientações da equipe da UTI, abrindo a incubadora o tempo todo e sem usar luvas, colocando o aparelho celular dentro da incubadora e passando óleo ungido no corpo do recém-nascido. Disse, ainda, que o pai da criança entrou armado na unidade, ameaçando médico e equipe e que foi necessário acionar a segurança. Ela disse que existem imagens que comprovam isso e que elas poderão ser liberadas após autorização judicial.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que informou que até o momento não foi registrado nenhum boletim de ocorrência sobre o caso.

Veja a nota do Conselho Regional de Medicina:

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informa que recebeu uma denúncia, apresentada pela mãe de um recém-nascido, no último dia 22 de outubro, envolvendo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena, em Cuiabá.

Diante disso, foi instaurada uma sindicância para apuração dos fatos.

O CRM-MT ressalta que, de acordo com a legislação vigente, o procedimento administrativo ocorrerá sob sigilo.

 

Veja a nota do Hospital Santa Helena:

O Hospital Santa Helena preza pelo cuidado e humanização no atendimento. Ressaltamos que rescindimos o contrato com a UTI Neonatal, contrato esse que já estava vencido. O processo corre em segredo de justiça. Quanto às denúncias nas assistências dos recém-nascidos, o Hospital Santa Helena não pode esclarecer, porque a gestão ainda continua com a empresa Escomed Assistência Médica. Portanto, para esclarecer qualquer informação, pedimos que entre em contato com a empresa.

Estamos sempre à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas de forma transparente e responsável.

 

Veja a nota da empresa Escomed Assistência Médica:

Paciente prematuro, 35 semanas, filho de mãe diabética, nascido de parto cesárea, por centralização fetal.

Primeiramente encaminhado para alojamento conjunto, onde evoluiu com desconforto respiratório, glicemia baixa persistente, encaminhado para observação em sala de parto, e apenas com 12h de vida é encaminhado para nosso serviço (UTI neonatal).

Na UTIN (utineonatal), o paciente chega grave, sendo realizado o diagnóstico de infecção e insuficiência respiratória, apresentou evolução clínica não satisfatória, evoluindo com doenças cirúrgicas e realizado 2 cirurgias no período na internação.

Na UTIN (uti neonatal) foi feito acompanhamento multiprofissional (pediatras, cirurgião pediátrico, enfermagem, fonoterapia, fisioterapia, nutricionista), recebendo o tratamento necessário inclusive com medicações não padronizadas pelo SUS (imunoglobulina).

Sobre as feridas, ocorre que paciente grave muito edemaciado, necessitando de monitorização, por vezes ocorre hematomas no local onde é necessário fixar dispositivos, ou puncionar, usamos recursos para que isso não ocorra, porém nem sempre é possível evitar.

Sobre o sangramento em fralda, se trata do sangramento em ostomia (1 das cirurgias), que é uma complicação inerente do quadro clínico do paciente.
Vale ressaltar que somos uma UTI neonatal reconhecida pelo ministério da saúde, justamente pelos projetos de humanização, assim como possuímos o título de Hospital Amigo da Criança e somos acompanhados pelo projeto Qualineo.

Sentimos muito pela perda dessa família, e com certeza não medimos esforços para que todos saiam daqui com seu bebe no colo, porém nem sempre é possível.

Estamos à disposição para maiores esclarecimentos.

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