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Além de enviar o ministro da Justiça Alexandre de Moraes a Manaus (AM), que presenciou uma rebelião e chacina com dezenas de mortos e fugitivos em seus presídios neste começo de ano, o governo federal mobiliza o GSI – Gabinete de Segurança Institucional. As informações são da colunista Jovem Pan Vera Magalhães, que conversou na manhã desta terça (03) com pessoas ligadas ao presidente Michel Temer.
O temor do governo após o massacre de ao menos 56 pessoas, o segundo maior do sistema prisional brasileiro, é que haja uma contraofensiva do Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina cadeias em vários Estados pelo País, como Rio Grande do Norte, Maranhão, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A Família do Norte – facção que liderou chacina contra presos do PCC – é ligada ao Comando Vermelho, do Rio de Janeiro.
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A ordem é reforçar a segurança e mobilizar os órgãos de inteligência para detectar eventuais novas rebeliões. No Amazonas, o dinheiro emergencial servirá a uma transferência de presos para presídios federais. O Planalto avalia que o governo e a administração do presídio demoraram muito para agir.
Alertas
Já havia muitos alertas que apontavam a um eventual conflito no presídio de Manaus. Uma operação da Polícia Federal em 2015 identificou as facções envolvidas e o risco que havia. Uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2016 também revelou as condições ruins no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e alertou que o sistema privatizado de administração presidiária vigente no local não era o ideal. Foi solicitado o contrato dessa terceirização, que até hoje não foi fornecido.
Os detentos que foram mortos estavam no chamado sistema seguro, um local dentro da prisão em que se fica isolado da massa carcerária, em mais um sinal de que havia a detecção prévia de possíveis alvos de ataques. Tudo isso será alvo de investigação.
Médio-longo prazo
A longo prazo, o governo pretende reativar e acelerar o lançamento do Plano Nacional de Segurança, anunciado em outubro do ano passado por Alexandre de Moraes. Um dos eixos do Plano é justamente a “racionalização do sistema penitenciário”. Outro é o combate ao narcotráfico e tráfico de armas nas fronteiras, problemas interligados, já que as facções operam nas duas pontas.