JOSÉ ANTONIO LEMOS
Bem-vindas as torcidas do Chile, Colômbia, Japão, Coréia do Sul, Rússia, Bósnia, Nigéria e Austrália com suas seleções de futebol, privilegiadas em jogar pela Copa do Mundo de 2014 em pleno coração da América do Sul, abraçadas por este calor cuiabano sadio, mistura inimitável do clima pantaneiro, amazônico e do cerrado. Talvez nem saibam que estarão no centro geodésico sul-americano, terra onde nasceu o presidente Eurico Gaspar Dutra que trouxe a Copa de 50 para o Brasil e construiu o Maracanã, fazendo do futebol essa paixão nacional encantadora. Que tenham boa sorte na novíssima Arena Pantanal.
Bem-vindas as mudas da grama Bermuda Tifgrand que enfim chegaram para compor o tapete verde do novo palco do esporte mato-grossense e brasileiro. Segundo as notícias, seguindo as mais modernas técnicas foram plantadas em 16 horas, do final da tarde do último dia 5 até o início da manhã do dia seguinte. Que elas possam ser tão bem sucedidas quanto às do antigo Verdão, daquele gramado que foi considerado por muito tempo o melhor do Brasil junto com o do Serra Dourada.
Bem-vindas as obras públicas e privadas já inauguradas, em liberação parcial ou para breve inauguração. Grandes lojas, shoppings, hotéis, fábrica de cimento, Internet 4G, condomínios horizontais e verticais, viadutos, pontes, trincheiras, novas vias, as obras do aeroporto e da Arena Pantanal, e mesmo as do VLT com seu primeiro carro já em Cuiabá, maravilham e aliviam o cidadão à medida que ganham forma definitiva ou são inauguradas. O mesmo cidadão que amargou e amarga muitos transtornos no seu cotidiano urbano começa a perceber que enfim a borboleta, ainda com muito esforço, começa a deixar sua fase de pupa, dando mostras que a cidade ficará melhor e mais bonita.
Bem-vinda mais uma vez a extraordinária competência da agropecuária de Mato Grosso em toda sua cadeia produtiva, de norte a sul, patrões e empregados, que, vencendo todas as dificuldades, conseguiu emplacar um superávit em seu comércio exterior de US$ 13,3 bilhões de janeiro a novembro, só perdendo para Minas, estado superexportador de minérios. Mais de US$ 1,2 bilhão de dólares por mês é o que Mato Grosso trouxe limpinhos de divisas para o Brasil que no mesmo período teve um déficit de US$ 91,464 milhões de dólares, apesar dos bilhões de dólares trazidos pelos mato-grossenses e mineiros. O que Mato Grosso gerou de divisas este ano daria para quase uma dezena de ferrovias Cuiabá-Santarém, esticadas até Rondonópolis! E quanto renderia em escolas, hospitais, melhores salários e aperfeiçoamento de funcionários? Em troca de toda essa produção recebemos muito pouco do governo federal. Não fosse a Copa ... Mas esse é outro assunto.
Bem-vinda a ferrovia que chegou a Rondonópolis e agora já está a 200 km de Cuiabá e a 560 Km de Lucas do Rio Verde depois de se estender desde as barrancas do rio Paraná, em uma das mais memoráveis lutas do povo cuiabano, liderado pelo eterno senador Vuolo. E bem-vindo o trimilionésimo passageiro anual do Aeroporto Marechal Rondon, previsto nas minhas contas para chegar neste final de dezembro.
Bem-vindas as festas de fim de ano. É nessa perspectiva de esperança renovada a cada ano pelo Natal que o mato-grossense acredita que sua qualidade de vida será cada vez mais compatível com toda a riqueza que produz, hoje ainda tão distante. Bem-vinda a mais bela das festas, as festas natalinas, lembrando o nascimento de Jesus, aquele que trouxe a boa nova da comunhão entre os homens e a perspectiva de uma nova vida, melhor, mais fraterna e justa para todos. Boas Festas!
José Antonio Lemos dos Santos é arquiteto e urbanista, é professor universitário