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Cuiabá, 26 de Março de 2025
26 de Março de 2025

25 de Março de 2025, 14h:01 - A | A

OPINIÃO / WILSON FUÁH

Expectativas coletivas

WILSON CARLOS FUÁH



Viver em sociedade significa administrar sucessivos conflitos, que são fontes constantes de estresse. Por isso, muitas pessoas vivem no limite da contrariedade, enfrentando atritos interpessoais que, quando mal resolvidos, se transformam em angústia. No grande palco da vida, onde a convivência social é inevitável, as pessoas deixam suas ilhas pessoais em busca de conexão, pois a solidão não lhes é natural. No entanto, ao abrirem as portas para novos relacionamentos, muitas vezes se deparam com indivíduos fortalecidos em suas próprias convicções, que parecem não necessitar de ninguém.

É fácil presentear aqueles que não precisam de amparo material e oferecer algo a quem nunca pediu nada. No entanto, é um grande desafio estar ao lado dos que vivem abaixo da linha da prosperidade e carecem de tudo. Ainda assim, é fundamental compreender que fazer o bem só nos traz benefícios, mesmo diante da ingratidão e da traição, que são inerentes aos relacionamentos humanos. A caridade nos conecta ao mundo e nos ensina a aceitar suas marcas espirituais. Devemos estar preparados para lidar com decepções e compreender que reconhecimento, gratidão, respeito e consideração nem sempre farão parte da resposta ao bem que oferecemos. Algumas pessoas, imersas em suas próprias necessidades, não fixam em suas memórias a grandeza de receber. Para elas, o ato de pedir se sobrepõe ao ato de agradecer, e a emoção do auxílio recebido pode ser rapidamente descartada.

Conhecemos pouco as pessoas apenas pelo convívio. Na ânsia de ajudar, por vezes retiramos delas a melhor oportunidade de crescimento: vencer pelos próprios esforços. É necessário compreender que muitos não mudarão sua maneira de viver apenas por receberem auxílio, pois suas vidas se resumem a momentos, e não a transformações duradouras.

Ao fazer o bem aos outros, estamos também fazendo a nós mesmos. As consequências de nossos atos são de nossa exclusiva responsabilidade, e não devemos culpar os outros se a gratidão que esperávamos não se concretizar.
Muitas pessoas buscam sentido na fé em templos luxuosos, mas desprovidos de verdadeiro sentimento religioso. Com o tempo, percebem que não é preciso explicações complexas para se viver com simplicidade. Aplicar essa simplicidade à maioria de nossos atos pode tornar a vida mais leve.

Na eterna luta entre coração e razão, muitos retardam decisões, buscando justificativas inúteis. Acumulam-se questionamentos e desperdiçam-se oportunidades. O excesso de cautela na hora de enfrentar desafios limita a capacidade de cada um de exercer a maior força que a vida nos oferece: o poder da superação individual.

*Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e pesquisador das Relações Sociais e Políticas, Graduado em Ciências Econômicas.

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