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Cuiabá, 26 de Dezembro de 2024
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15 de Outubro de 2013, 08h:56 - A | A

OPINIÃO / MOBILIDADE URBANA

Por que não planejar?

Temos uma sociedade que prefere enfrentar engarrafamentos a se submeter ao transporte coletivo e não-motorizado

RENATO SNOWARESKI GOMES



Um problema já grande, que parece estar assumindo proporções catastróficas: a dificuldade de mobilidade nas maiores cidades do país. Congestionamentos gigantescos, acidentes evitáveis, estão no topo de uma lista hipotética, onde listaríamos as consequências de um problema gravíssimo: a falta de planejamento por parte dos governos envolvidos.

Desde o começo, reduzindo o IPI dos automóveis, o governo atestou sua fraca capacidade de previsão estratégica. Com essa medida, o interesse pela compra do automóvel aumentou. Ao mesmo tempo em que se ignorou o fato de que o espaço público poderia ser insuficiente para comportar tamanha frota. Para compensar seu prejuízo, alguns governos buscam meios de encarecer o uso do automóvel, através de medidas como o aumento no preço dos combustíveis, e de propostas de pedágio urbano. Essas medidas desencorajariam uma parcela da população, que em teoria buscariam no transporte coletivo e no transporte não-motorizado, novas formas de locomoção.

O problema é que, na prática, temos uma sociedade “carrocrata” (neologismo que indica a dependência do brasileiro em relação aos veículos motorizados, em especial os carros), que prefere enfrentar engarrafamentos a se submeter ao transporte coletivo e não-motorizado. E essas pessoas não deixam de ter razão. Não temos uma frota coletiva de alta qualidade e confiabilidade, aliada a uma rede de vias para o transporte não- motorizado que justifiquem tal migração.

Imagine um seguinte cenário hipotético. Uma cidade com um sistema de trânsito bem planejado e monitorado. Um pedestre precisa se locomover ao seu trabalho, distante 40 quilômetros de sua casa. Ele tem à disposição um carro, mas, nessa simulação, o transporte público é eficiente e com horários bem definidos, além de contar com equipamentos confortáveis e pouco poluentes. Ele então, pega sua bicicleta, pedala na rede de ciclovia até o ponto de metrô (ex.) mais próximo. Ao chegar ao local, ele embarca no metrô com a bicicleta e a coloca no espaço apropriado dentro do metrô. Este, por sua vez, o leva no tempo previsto até o local mais próximo de seu trabalho, onde ele desembarca e pedala até o bicicletário seguro, onde ele deixa sua bike e segue até o seu escritório. Nesse percurso, ele levou 45 minutos. De carro, ele levaria 1h e 20min. Além de economizar e se exercitar pedalando, ainda chegou mais cedo. Tal cenário não é incomum em várias cidades do Japão, que contam com bicicletários subterrâneos e integração com metrô.

Entende-se que não há mais espaço para administração ignorar o planejamento estratégico. O estado já paga muito caro pelas falhas de previsão e planejamento. A começar pela pasta da Saúde, que paga pelos acidentados (vítimas da falta de estrutura viária básica, aliada a uma fiscalização pífia e um treinamento de motoristas insuficiente), e pelos que indiretamente contraem doenças relacionadas à poluição e ao estresse diário. Podemos citar também as perdas econômicas, geradas pelo tempo perdido pelos motoristas enfrentando congestionamentos quilométricos.

Os corredores de ônibus que estão sendo implantados em São Paulo são uma pequena parcela do que deve ser feito. É de vital importância, que se crie um mecanismo de monitoramento e melhoria do trânsito, seguida da disponibilização de alternativas de locomoção de qualidade e confiabilidade. Alia-se a esse processo, uma fiscalização focalizada na prevenção de acidentes e a punição rigorosa dos infratores (muitos dos quais, provocam graves acidentes, e permanecem impunes, pois a lei ainda entende como acidentes, diversos tipos de crimes no trânsito, verdadeiros assassinatos).

*RENATO SNOWARESKI GOMES é estudante de Administração, Cicloativista e defensor de cidades mais amigáveis.

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toninho 15/10/2013

O congestionamento no transito, as altas de combustível, os desgastes nos carros, quem paga são os contribuintes da classe média e pobre, quando falta dinheiro, o governo aumenta os impostos e os corruptos arrumam meios.

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