CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O analista político João Edisom de Souza, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, acredita que a pretensão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) em disputar o governo do Estado em 2022 foi “nocauteada” com as decisões que o afastaram da Prefeitura de Cuiabá.
De acordo com o professor, Emanuel fica prejudicado porque parte da população já tinha uma imagem negativa, formada em razão da divulgação da filmagem que mostrava ele colocando maços de dinheiro no terno, quando era deputado. De acordo com o ex-governador Silval Barbosa, seria dinheiro de propina. Emanuel explicou que estava recebendo uma dívida de serviço prestado pelo irmão dele.
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“Esse afastamento reforçou e revisou todo o outro processo, então não tem como ele construir [uma candidatura], não há tempo hábil. Nós estamos a menos de um ano da eleição no início de outubro”, pontuou João Edisom, ao .
O analista explicou que, em relação a Emanuel, há dois tipos de eleitorado: um núcleo formado pela Baixada Cuiabana, que representa cerca de um terço do total de votos em Mato Grosso, e o restante dos mato-grossenses, que somam os dois terços, e é para essa maioria que o afastamento judicial pesa de forma ainda mais negativa.
“Nos outros dois terços do estado, é irreversível em dez meses a imagem dele. Para uma disputa majoritária, que seria Governo do Estado e senador, ele foi nocauteado, está morto. Não tem como disputar. Ele tem eleitorado suficiente para disputar para deputado federal? Tem. Deputado estadual? Tem. Mas não tem mais, não há tempo hábil, para o governo”, afirmou.
Desde que foi alvo da Operação Capistrum, que autorizou seu primeiro afastamento do cargo, em 19 de outubro, Emanuel ainda não falou com a imprensa. Antes, ele ainda não havia batido o martelo em relação à sua candidatura ao governo em 2022.
A possibilidade passou a ser especulada por ele durante o lançamento de uma obra, em maio. Desde então, ele chegou a conversar com apoiadores, mas aparenta ter dificuldade de apoio dentro do próprio MDB. Diversos parlamentares, estaduais e federais (como Janaina Riva e Juarez Costa), já manifestaram serem contrários à candidatura do prefeito.