APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
Para o analista político João Edisom, o maior desafio para o prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), será se adaptar ao seu novo papel na vida política. Abilio construiu sua trajetória política como oposição. Primeiro, foi opositor de Emanuel Pinheiro (MDB) e depois, do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando se elegeu deputado federal, na eleição de 2022.
“Ele sempre foi pedra, e pedra muito pesada. Agora é vidraça. Então vai ter que ter bastante habilidade para as pessoas darem tempo para ele, porque quatro anos muitas vezes é pouco para fazer o que e diz que pode fazer”, explica em entrevista ao RepórterMT.
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A pressão por resultados em questões imediatas será muito grande. Para o analista, o eleitor vai querer que os buracos das ruas sejam tapados logo e que as unidades de saúde voltem à normalidade de imediato.
“Ah, vai fazer creches, fazer não sei o que. Tudo bem, o pessoal sabe que está em construção, mas o buraco para chegar na creche já tá tapado? Precisa tapar ele. A saúde, o cara não quer saber, tem que ter remédio na farmácia, tem que ter hospital. Essas coisas básicas que mais pressionam”, avalia.
“A questão do lixo, ele colocou lá que ele não vai cobrar a taxa de lixo. As pessoas ficam felizes de não pagar a taxa, mas querem que melhore, porque pagando a taxa ou não, tá muito ruim a coleta do lixo em Cuiabá. Então essas coisas do cotidiano vão pressionar muito ele nos primeiros dias”, acrescenta o analista.
Ajuda o fato de ele ter sido eleito para suceder uma gestão que não foi bem-sucedida, diz João Edisom. As pessoas vão dar tempo e apoio, pelo menos no começo. Mas também vai haver pressão por conta da posição da primeira-dama, Samantha Iris (PL), que foi eleita vereadora.
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Além disso, para o analista, a população vai conhecer de fato quem será o prefeito Abilio Brunini a partir das primeiras ações do gabinete de transição, que deverá ser instalado em breve pelo atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Pela primeira vez, Abilio não será fiscal, mas o fiscalizado.
“A pressão sobre um gestor é muito grande, é diferente de qualquer outra coisa. Mesmo uma pessoa que, dos mais antigos que já são políticos, a cada gestão eles tomam uma postura diferente. Pode olhar que o prefeito Mauro Mendes não tem muito a ver com o governador Mauro Mendes. São duas pessoas diferentes. Imagine alguém que saiu do Legislativo, que era oposição, foi oposição todas as vezes, oposição enquanto vereador, oposição enquanto deputado, e agora não é que ele é situação, agora ele é o prefeito”, aponta.