CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, converteu em domiciliar a prisão preventiva do policial militar Manoel José de Campos e do policial civil Julio César de Proença, alvos da Operação Renegados. A decisão, do dia 7 de julho, foi publicada nesta quinta-feira (15).
De acordo com a magistrada, no caso de Manoel, a decisão foi tomada considerando que ele é portador de câncer de próstata, faz tratamento oncológico, o que requer cuidados especiais que não podem ser atendidos no presídio, e é réu primário.
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Já a prisão domiciliar de Júlio César foi determinada por sua esposa ser quem faz tratamento de câncer nos pulmões, traqueia e veia aorta. Consta da decisão que o estado de saúde da mulher tem piorado, conforme exames apresentados no processo.
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"Inclusive, em razão do tratamento que estava sendo realizado pela sua esposa, o acusado licenciou-se do trabalho para acompanhá-la nos procedimentos, conforme consta no ID 58527334, pág. 06, o qual demonstra que o réu estava de licença desde o dia 01/04/2021", anotou a juíza, acrescentando que, além disso, o casal tem uma filha menor de idade.
Dessa forma, foram fixadas medidas cautelares. Os dois só poderão sair de suas casas para tratamento de saúde, sendo que um atestado tem que ser apresentado à Justiça em até 24 horas depois. Além disso, eles devem comparecer ao juízo mensalmente e participar de todos os atos do processo, assim como não poderão entrar em presídios do Estado ou manter contato com outros investigados ou testemunhas arroladas pelo MPE.
Na mesma decisão, a juíza ainda negou pedido de revogação preventiva dos acusados Jovanildo AUgusto da Silva, Adilson de Jesus Pinto, João Martins de Castro e Domingos Sávio Alberto De Sant'Ana. Domingos Sávio, Adilson Pinto e Genivaldo de Souza Machado ainda pediram absolvição sumária, o que também foi negado.
Operação Renegados
Deflagrada pelo Gaeco no dia 4 de maio, a operação resultou na denúncia contra 25 pessoas, dentre as quais policiais civis e militares, acusados de organização criminosa, concussão, roubo, tráfico, porte ilegal de arma de fogo e embaraço à investigação.
As investigações apontaram que eles se valiam da posição privilegiada que tinham para encobrir as ações criminosas do grupo. Além disso, usavam equipamentos institucionais para o crime.
Conforme o processo, atualmente, Neliton João da Silva e Reinaldo do Nascimento Lima ainda estão foragidos da Justiça.
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