Selma rompe com Taques e Leitão; não tenho disposição para ficar no mesmo palanque

RepórterMT

Juíza aposentada Selma Arruda declarou que seguirá campanha independente do PSDB.

RAFAEL MACHADO
MIKHAIL FAVALESSA

A juíza aposentada e candidata ao Senado Federal Selma Arruda (PSL) rompeu nesta sexta-feira (31) com a coligação “Segue em Frente Mato Grosso”, liderada pelo PSDB. Em coletiva na tarde hoje, Selma disse que sofreu uma “rasteira” do deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que também é candidato ao Senado na mesma chapa.

Os dois vinham travando uma queda de braço em razão do tempo de propaganda gratuita na televisão e no rádio, que teve início nesta sexta-feira. O PSL, partido da juíza aposentada, tinha direito a apenas 7 segundos no ar e a coligação com o PSDB foi feita justamente para que houvesse mais tempo para que ela, que disputa sua primeira eleição, pudesse se apresentar. Leitão vinha se negando a ceder tempo.

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Selma afirmou que houve um acordo com o PSB, o PSL e o Solidariedade para dividir o tempo, o que, segundo ela, não foi cumprido pelo PSDB. Selma ainda lembrou das delações do empresário Alan Malouf e do ex-secretário de Estado de Educação Permínio Pinto, que citam tanto Taques quanto Leitão como supostos beneficiados com um esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

“Não obstante. Graves fatos revelados pela imprensa nacional nos últimos dias de que os demais candidatos da majoritária são acusados de corrupção na Secretaria de Educação nas delações já homologadas nos tribunais superiores dos réus Alan Malouf e Permínio Pinto, principalmente com referência a provas documentais que os incriminam, não tenho nenhuma condição nem disposição de permanecer no mesmo palanque”, declarou a juíza aposentada.

A juíza aposentada leu uma carta em que anuncia que seguirá sua candidatura de maneira independente dos demais candidatos à eleição majoritária da coligação. Ela disse que escolheu a chapa de Taques tendo em vista que o governador foi procurador da República e tem histórico de combate à corrupção.

“Porém, bastou oficializarmos a candidatura com o PSDB no dia 05 de agosto para a realidade demonstrar que não há reciprocidade ética em relação à minha candidatura. Primeiro, porque passei a sofrer todo tipo de boicote e rasteiras por parte do candidato a senador do PSDB, senhor Nilson Leitão. De acordo com a imprensa, esse senhor incentivou o lançamento de uma candidatura ao Senado com perfil parecido ao meu em outra coligação, com o claro propósito de reduzir minhas possibilidades eleitorais”, disse.

Selma afirmou que o PSDB, pelo interesse de Leitão, estaria “dando apenas migalhas do tempo reservado à coligação, sob a alegação esdrúxula de que não admitiria ceder tempo para Jair Bolsonaro”. Ela reiterou que um de seus objetivos é fazer campanha para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“Embora chocada com este jogo rasteiro, fiz um esforço para relevar estes atos de deslealdade e tentar manter a unidade da chapa. Porém, minha tolerância tem limites. Por isso, reafirmo que vim para a política para ser diferente e fazer a diferença”, disse.

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