JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTERMT
Erickelly Albernaz, 21 anos, foi presa pela Polícia Civil por envolvimento no sequestro e homicídio de quatro homens que vieram do Maranhão para Cuiabá para trabalhar, em 2021. Ela é filha do ex-traficante “Maninho”, que liderava o tráfico de drogas na região do bairro Pedregal, em Cuiabá. Ele morreu em 2015.
Além dela, outros seis criminosos foram pegos na Operção Kalýpto, por envolvimento no crime, e tiveram as prisões mantidas pela Justiça. Dois bandidos estão foragidos.
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A Operação Kalýpto apura as mortes de Tiago Araújo, 32, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 , Geraldo Rodrigues da Silva, 20 e Clemilton Barros Paixão, 20 anos. As execuções foram decretadas pelo Comando Vermelh, por acharem que eles eram de uma facção rival. A Polícia Civil nega que eles tivessem ligação com organização criminosa.
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De acordo com o delegado Caio Fernando Albuquerque, as investigações apontaram que Erickelly morava em uma quitinete ao lado de Tiago e Paulo, ou seja, eram "vizinhos de parede'.
No dia das execuções, a mulher chamou Tiago e Paulo para que a ajudassem a trocar uma lâmpada na quitinete dela. Os rapazes a auxiliaram, enquanto os outros dois, Clemilton e Geraldo, estavam nas proximidades.
Nesse ínterim, entra no prédio das quitinetes o grupo criminoso, que pega todas as vítimas e as levam ao local onde foram torturadas e depois executadas.
Erickelly negou em depoimento diversas vezes que conhecia as vítimas e desse que não tinha conhecimento sobre o paradeiro dos quatro rapazes.
“Ela foi ouvida em três ocasiões diferentes na DHPP e em todas alegou que não conhecia as vítimas, que não morava mais no conjunto de quitinetes, enquanto que a investigação apurou que ela conhecia sim, todas as vítimas, inclusive atraiu os rapazes ao local, de onde depois foram sequestrados e mortos pelo grupo criminoso”, explicou o delegado.
O delegado responsável pelo inquérito, Caio Fernando Albuquerque, destaca que a todos os elementos investigativos reunidos apontaram que a jovem presa teve contribuição no desaparecimento das vítimas.
Nos depoimentos no curso da investigação, a jovem, porém, alegou que conhecia apenas duas vítimas, de vista, e as outras afirmou que nunca as tinha visto no bairro ou nas quitinetes, além de não ‘ter a mínima ideia’ de quem teria envolvimento nos desaparecimentos. Ela reiterou ainda que não conhecia nenhum dos criminosos investigados e que teria se mudado do local um mês antes dos desaparecimentos das vítimas.
Ouvida no inquérito policial, a mãe da presa, que é proprietária das quitinetes, também seguiu a mesma ordem dos criminosos e alegou que não tinha conhecimento do que ocorrera com as vítimas. Ela ainda tentou alegar que a filha desconhecia os fatos ocorridos.
Geraldo e Paulo trabalhavam como serventes de pedreiro; Tiago em uma empresa de asfalto e Clemilton era mecânico de motos. Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá porque receberam ameaças de morte.