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Cuiabá, 12 de Outubro de 2024
12 de Outubro de 2024

12 de Outubro de 2024, 11h:27 - A | A

POLÍCIA / CONFESSOU SER RACISTA

Motorista é preso por cometer injúria racial contra colega de trabalho após ser demitido: “Tenho pavor de preto”

Em ofensas mais recentes, ele chamou colega de trabalho de "negra suja".

REPÓRTER MT



Um homem de 38 anos foi preso em flagrante pelos crimes de injúria racial e racismo praticados contra uma jovem de 19 anos, que trabalha na mesma empresa que ele. A prisão ocorreu nesSa sexta-feira (11), em Sorriso (398 km de Cuiabá).

"Colocaram uma negra suja lá. Eu tenho pavor de preto"; “Vocês são acostumados a mentir para os maranhenses, paraenses e para a negada suja que vem lá de não sei onde"; "Não quero essa negrada suja aí. Não gosto de negro, sou racista", disse o homem em áudios gravados nos dias 3 e 11 deste mês.

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O homem e a vítima trabalham em uma empresa do ramo de frigorífico. Ele era motorista e ela trabalha no setor de recursos humanos. Os áudios foram gravados após o empregado ser demitido e ir até o setor da jovem para fazer a rescisão.

Além das expressões de ódio racial, o homem ainda fez ofensas de natureza racial sexual: "Negra para mim tem que ser bonita. Negras assim, de cabelo atadinho e sem dentes, eu tenho até nojo. Eu vomito".

A vítima procurou a Delegacia da Polícia Civil de Sorriso, acompanhada pelo advogado da empresa, no final da tarde dessa sexta-feira (11) e narrou que o homem foi ao frigorífico neste dia para fazer a rescisão trabalhista e foi atendido por ela. Ao sair da empresa, o ex-funcionário rasgou os papeis e depois enviou áudios para outro trabalhador da empresa com as ofensas racistas sobre a funcionária.

Após a denúncia, a Polícia Civil foi à casa do homem, fez a prisão em flagrante e encaminhou representação ao Poder Judiciário pela conversão do flagrante em prisão preventiva do motorista.

"O racismo é uma desgraça social que nossa sociedade se mostra, de forma cada vez mais clara, incapaz de superar. Diversos foram os mecanismos criados de natureza administrativa, judicial e legislativa que visam - sem sucesso - combater tal crime, na mais empírica comprovação de que a mudança das leis é inútil quando as pessoas não mudam. Atos como o perpetrado pelo autuado impedem que se supere essa vergonha histórica e se materializam em danos concretos do ponto de vista social, econômico e até mesmo da segurança pública como um todo", disse o delegado Bruno França, que fez o flagrante do suspeito.

Outras ofensas

No dia 3 de outubro, o mesmo homem ofendeu outros funcionários do frigorífico onde trabalhava. O supervisor de segurança da empresa relatou que o motorista estava alterado, falando alto e ofendendo funcionários do setor da logística da empresa, dizendo que eram incompetentes. O suspeito ainda tentou agredir o comunicante e os funcionários no local, tentou entrar à força na sala do setor e arremessou seu celular no chão. Pela intransigência em dialogar, o supervisor o orientou que retornasse no dia seguinte à empresa.

Enquanto ele estava na empresa, confessou ser racista, se referindo às mulheres que trabalham no frigorífico como negras sujas e cabelo de bombril.

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