APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) vai requisitar novas diligências da Polícia Judiciária Civil no caso que apura o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023 em Cuiabá. A reportagem apurou que o MP quer ter acesso a informações que possam ter sido obtidas pelos investigadores por meio de autorizações judiciais que determinaram medidas cautelares, como quebras de sigilo, mas que não foram incluídas no relatório final da investigação por divergências temporais.
O órgão ministerial tem a prerrogativa de mandar que a polícia aprofunde essas investigações. Além disso, como o MP é o titular da ação penal, pode divergir dos resultados apresentados pela autoridade policial na denúncia que será apresentada em juízo.
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No dia 9 de julho, a Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá concluiu a investigação, indiciando o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo como o mandante do crime. O crime teria sido motivado por conta da existência de uma disputa judicial pela posse de uma propriedade rural avaliada em R$ 100 milhões, na cidade de Paranatinga.
A esposa dele, Elenice Laurindo, que chegou ser alvo de ordem de prisão, não foi indiciada porque os investigadores não conseguiram encontrar nenhum tipo de indício criminal que a associasse ao assassinato. O delegado destacou que ela se tornou alvo da polícia porque o marido usou a conta dela para transferências de valores envolvidos no caso.
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Aníbal Laurindo chegou a ser preso no dia 11 de março deste ano, mas foi colocado em liberdade por determinação da Justiça no mesmo dia. Na época, a defesa do fazendeiro alegou que as provas contra ele eram frágeis, além de se tratar de um homem idoso e que possuía comorbidades que demandam cuidados especiais.
Roberto Zampieri foi morto a tiros no dia 5 de dezembro de 2023, quando saia do seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. O assassino ficou de tocaia, no aguardo da vítima, e efetuou diversos disparos no momento em que a vítima entrou no carro e se preparava para deixar o local.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso já havia apresentado denúncia contra Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado. Estes permanecem presos preventivamente.