MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
O bandido Júnior Alves, envolvido no assalto ao carro forte no supermercado Atacadão, possui um mandado de prisão aberto e está foragido da Polícia Civil de Mato Grosso. O teve acesso a uma foto do bandido, com a namorada e os amigos, em uma praia do Rio de Janeiro (RJ), tirada essa semana.
Júnior tinha passagem marcada para voltar para Capital nesta quinta-feira (24), no entanto, nem ele e nem namorada embarcaram no voo. Segundo a delegada responsável pelas investigações, Juliana Chiquito Palhares, o criminoso deveria estar sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica, no entanto, ela foi desabilitada pela própria Central de Monitoramento no dia 9 de setembro, pelo fato do bandido ter deixado o equipamento sem sinal.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
“Como ele não está sendo monitorado pela tornozeleira, está livre de qualquer tipo de observação estatal que ele deveria ter. Dado a conduta criminosa dele, ele estava desfrutando de dias gloriosos no Rio de Janeiro. Postando no Instagram, ao lado dos amigos, curtindo as praias pelo Rio de Janeiro”, pontuou a delegada.
Palhares ainda explicou que entrou um contato com a Polícia Civil do RJ, para qual encaminhou o mandado de prisão, fotos e demais documentos pertinentes, buscando ajuda para localizar o alvo.
"Dada a conduta criminosa dele, ele estava desfrutando de dias gloriosos no Rio de Janeiro", delegada da GCCO.
“Tivemos a informação de que a passagem de volta dele estava adquirida, mas ele não apareceu para fazer o check in no aeroporto, razão pela qual ele já deve ter ciência da existência da investigação, do mandado de prisão em seu desfavor, e que estivemos na casa da mãe dele. Então, hoje ele é considerado foragido”, disse a delegada.
Após a operação ser deflagrada, na última quarta-feira (23), para prender os sobreviventes e fugitivos da ação criminosa que ocorreu no dia 10 de maio de 2019, no supermercado Atacadão, do bairro Tijucal, Júnior apagou suas redes sociais e desapareceu, sendo visto pela última vez no Rio de Janeiro.
Monitoramento
Questionada pelo , a delegada explicou que a informação era de que Júnior era monitorado por tornozeleira e não tinha nenhuma decisão do juízo da Segunda Vara de Execuções Penais para que houvesse a retirada.
RepórterMT
O bandido foi visto pela última vez com amigos e a namorada, curtindo no Rio de Janeiro
“Quando recebemos os mandados da Terceira Vara Criminal, para o cumprimento da prisão preventiva, especificamente desse alvo, nós verificamos que ele estava com a tornozeleira desativada pela própria Central. Fomos buscar as informações, não havia nenhuma decisão judicial de retirada da tornozeleira dele, e sim que foi ativada no dia 3 de setembro. No dia 5 de setembro foram os últimos sinais que ela emitiu”, afirmou.
De acordo com Palhares, a Central informou que tentou contato com o monitorado, mas ele não atendeu nenhuma dessas ligações.
“Quem tentou o contato foi a própria Central de Monitoramentos, essas informações eu peguei com o gerente de Monitoramento dessa Central. Ele me informou que como o Estado paga o aluguel por ativação de tornozeleira, ela é desativada justamente por isso, por não estar cumprindo o papel dela, ela não está sendo ativada, não está emitindo sinal, pois óbvio que ele [criminoso] deixou descarregar a tornozeleira. Desde o dia 9 de setembro essa tornozeleira foi desabilitada pela própria Central e, desde então, ele está sem monitoramento e sem nenhum tipo de controle sobre suas condutas”, explicou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Segurança (Sesp), responsável pela Central de Monitoramento, ainda não deu retorno sobre o fato.
"Desde o dia 9 de setembro essa tornozeleira foi desabilitada pela própria Central e ele está sem nenhum tipo de controle", Palhares
O caso
No dia 10 de maio de 2019, um grupo criminoso, fortemente armado, tentou atacar um carro forte da empresa Brinks, no momento em que os funcionários abasteciam os caixas eletrônicos do supermercado Atacadão, do bairro Tijucal. A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) teve uma reposta imediata, que terminou em confronto com os bandidos que atiraram contra os policiais civis. Três dos assaltantes morreram na troca de tiros. Nenhum cliente ou funcionário ficou ferido durante a ocorrência.
Conforme apurou a GCCO, o bando recebia informações da vigilante da Brinks, Laura Virginia, que foi presa no último dia 23 de setembro.