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Cuiabá, 15 de Novembro de 2024
15 de Novembro de 2024

15 de Novembro de 2024, 11h:04 - A | A

PODERES / CRIME ELEITORAL

Justiça cassa mandato de prefeita e vice de Barra do Bugres por compra de voto

Maria Azenilda Pereira e Arthur José Franco Pereira ficarão inelegíveis por 8 anos; uma nova eleição deverá ser realizada no município

VANESSA MORENO
DO REPÓRTER MT



A Justiça Eleitoral cassou o registro de candidatura da prefeita reeleita de Barra do Bugres (177 km de Cuiabá), Maria Azenilda Pereira (Republicanos) e do vice-prefeito Arthur José Franco Pereira por compra de votos. Com a decisão, expedida pelo juiz Arom Olímpio Pereira, da 13ª Zona Eleitoral, nesta quinta-feira (14), os dois ficarão inelegíveis por 8 anos e deverão pagar uma multa de R$200 mil.

Maria Azenilda foi reeleita no município com 8.987 votos, ou 51,88% deles. Agora, uma nova eleição deverá ser realizada no município.

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A ação foi proposta pela coligação "Renovação com Experiência", composta pelos partidos Novo, União Brasil, Podemos, PSB e Agir, contra a coligação encabeçada por Maria Azenilda, "O Trabalho Deve Continuar", composta pelo Repuublicanos, PP, MDB, PL, PRD e PRTB.

Conforme consta no processo, no dia 20 de setembro de 2024, uma eleitora declarou em um comício da coligação adversária que o filho de Maria Azenilda, que também é secretário municipal de Finanças do Município, Carlos Luiz Pereira Neto, mais conhecido como Cacá, a ofereceu o valor de R$ 2 mil em troca de voto e apoio político para a sua mãe. Na ocasião, ele entregou à eleitora a quantia de R$700 em espécie.

“Ele pegou, e chegou até o carro dele e disse: 'Fecha comigo, eu dou o que você quiser, fecha comigo! Eu disse, mas o que você faz? “Eu mudo na sua casa, faço tudo lá (...)”. Quando acabou as bandeiradas no bairro, o Cacá apareceu lá em minha casa e ele falou: 'Tô de olho em você. Bora lá dentro”. Aí chegou me deu, ele disse bem assim: Aí tem mil reais. Quando ele saiu, eu fui pegar esse tal desses mil reais, né, que ele deu, que disse que era pra fechar com ele, pra votar nele e ficar fechado com ele. Mas ele disse “Olha, mil reais e depois eu venho trazer mais pra você, só que fecha com a gente”. Aí quando eu fui olhar o tal do dinheiro, né (...), eu mandei uma mensagem para ele: “corrigindo, tem setecentos reais”. Porque, também, ele já queria me fazer de otária também, né. Aí ele disse: “não se preocupe depois eu vou mandar o resto”, denunciou a eleitora. O trecho da denúncia consta na decisão do juiz.

A compra de voto também foi praticada pelo marido da prefeita reeleita, Arnaldo Luiz Pereira, e pela esposa do vice Arthur, Rosandria Cardoso da Silva, que teriam oferecido benefícios à mesma eleitora, bem como a construção de um muro em sua residência e um emprego melhor.

Além dos relatos, consta no processo provas como vídeos, prints e documentos que confirmam a ação do grupo.

Na decisão, o juiz declarou a inelegibilidade dos representados pelo período de oito anos, cassou o registro de candidatura da prefeita e do vice-prefeito e condenou os dois, juntamente com o filho da prefeita, a pagarem R$200 mil de multa. Rosandria Cardoso e Arnaldo Luiz se livraram das condenações.

Arom Olimpio determinou também a instauração de inquérito policial pela Delegacia de Polícia de Barra do Bugres para apuração das condutas atribuídas a Arnaldo Luiz Pereira e Rosandria Cardoso da Silva pela prática do crime de corrupção eleitoral.

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