LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO
Diante da polêmica morte de Rodrigo Patrício Lima Claro, 21, que morreu após passar mal em treinamento do curso de formação do Corpo de Bombeiros, o secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, afirmou em entrevista ao , que pode mudar a dinâmica das atividades para o ingresso na corporação, apontadas como excessivas por familiares.
"Eu espero que tenha sido uma eventualidade ou uma questão de mal súbido sofrido pelo aluno. Se não for isso, a investigação vai apontar e ai sim, eu vou ter que atuar junto com integrantes do Corpo de Bombeiros para mudar a dinâmica de ensino do Corpo de Bombeiros", declarou o secretário de Segurança ao RepórterMT.
A mudança, segundo Rogers, será efetivada se comprovada a prática de excessos nas aulas práticas.
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No caso da morte de Rodrigo, familiares afirmam que ele temia a tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, uma das responsáveis pelas aulas práticas, e a qual ele afirmava que estaria o perseguindo. No dia 11 de novembro, quando passou mal no treinamento realizado na Lagoa Trevisan, em Várzea Grande, familiares dizem que o aluno do curso de soldados teria sido submetido à sessões de afogamento. Após reclamar de dor de cabeça, Rodrigo teve convulsões e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Jardim Cuiabá, em coma. Ele morreu cinco dias após dar entrada no hospital.
"Eles [IML] estão fazendo um estudo para saber se ele tinha ou não uma doença pré-existente. Se ele já tinha essa patologia, e há fortes indícios pra isso, eu não posso dizer que houve falha no treinamento", revelou Rogers Jarbas.
O secretário afirmou que antes de qualquer decisão vai esperar a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM). “Eu não posso afirmar agora se houve excesso ou não. Eu não posso falar porque tenho que aguardar o laudo pericial que vai apontar se houve irregularidades por parte dos instrutores. O que eu posso dizer é que se não houve excesso, nós não temos que falar em mudança de treinamento. O curso do bombeiro é extremamente técnico. Eu espero que tenha sido uma eventualidade ou uma questão de mal súbito sofrido pelo aluno. Se não for isso, a investigação vai apontar e ai sim, eu vou ter que atuar junto com integrantes do Corpo de Bombeiros para mudar a dinâmica de ensino do Corpo de Bombeiros. Isso é o mínimo que eu posso fazer. No entanto, a gente precisa aguardar o resultado final dom inquérito”, explicou o secretário.
O secretário disse que existem fortes indícios de que Rodrigo tinha alguma doença pré-existente que possa ter ocasionado complicações que levaram à morte. “Nós só podemos afirmar que houve um equívoco a partir do laudo do Instituto Médico Legal (IML). Eles estão fazendo um estudo para saber se ele tinha ou não uma doença pré-existente. Se ele já tinha essa patologia, e há fortes indícios pra isso, eu não posso dizer que houve falha no treinamento. Se ele tinha essa doença e foi colocado sob esforço físico e faleceu, isso não foi falha. Agora, se ele não tinha essa doença e se isso foi ocasionado por atividades do treinamento aí eu tenho uma evidência para mostrar que o treinamento está errado. Por isso, nós temos que aguardar o resultado final da perícia para analisar o que será feito”, pontuou.
“O aneurisma é uma doença que não é detectável. Ela só é detectável por meio de exames de tomografia e isso não é exigido no ingresso do curso".
Segundo o secretário de Segurança Pública, a suposta doença que do soldado seria um aneurisma. Ele argumenta, que apesar dos exames pelos quais os classificados passam, antes de ingressar no curso de formação, a patologia não é demonstrada nos mesmos. “O aneurisma é uma doença que não é detectável. Ela só é detectável por meio de exames de tomografia e isso não é exigido no ingresso do curso. Uma pessoa que tem aneurisma pode falecer caminhando na calçada, ou até pulando um obstáculo. Então, essa doença não é algo que possa ser identificado dentro dos exames ordinários. Não tem como saber. E lá, no Corpo de bombeiros, eles tomam cuidado com exames de sangue, exames de capacidade física, mas muitas vezes um aneurisma, se por ventura for isso, isso é fatídico, qualquer um poderia morrer nessas circunstâncias”, explica.
"Ela não vai ser rebaixada, porque o processo aconteceu antes do fato. Mas a publicação da promoção dela ainda não feita", ressaltou sobre a situação da tenente acusada pela família.
Promoção de acusada
Rogers Jarbas não entrou em detlahes sobre a promoção de patente, da tenente BM Izadora Ledur, que é acusada pela família do aluno de tortura, mas pontuou que não existe a possibilidade de ela regredir de cargo, mesmo que seja comprovada irregularidade no treinamento. “Eu estou fazendo uma análise junto com o comando do Corpo de Bombeiros para ver que medida nós vamos adotar. Agora, não é caso para rebaixamento de patente. Ela não vai ser rebaixada, porque o processo aconteceu antes do fato. Mas a publicação da promoção dela ainda não feita. Nós estamos analisando junto com a comissão e o Comando Geral do Corpo de Bombeiros o que de fato aconteceu”, concluiu.
Polícia Civil abre inquérito
Na quinta-feira (17), a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a morte do aluno do curso de formação do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro. De acordo com a delegada Anaíde Barros, devem ser ouvidos durante oitivas nos próximos dias os colegas de curso e a tenente responsável pelas atividades na Lagoa Trevisan.
Aproximadamente 30 alunos participavam do curso e eram supervisionados por cinco coordenadores, entre eles a tenente Izadora e um tenente coronel. Todos que estavam no local serão ouvidos, segundo a Polícia Civil. A tenente, responsável pelas atividades já foi afastada do cargo que ocupa.
Medo da oficial
Antes de seguir para o treinamento, Rodrigo relatou à mãe, Jane Lima Claro, sua angústia em participar das aulas práticas comandada pela tenente. Em uma das mensagens de WhatsApp, enviadas para a mãe no dia do treinamento, Rodrigo disse que estava “meio que prometido”. Fato que foi rebatido pela mãe: “somente pressão”.
Em seguida, Rodrigo teria dito à mãe que a tenente estava "pegando em seu pé". “E hoje ela vai tá lá. Por isso fico com medo”, escreveu o rapaz.
Após o treinamento, Rodrigo voltou a conversar com a mãe. A última mensagem que ela recebeu do filho foi ao final do dia, antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, teria dito Rodrigo à mãe.
Depois disso, Jane só foi comunicada que Rodrigo tinha tido duas convulsões e que estava na Políclinica do bairro Verdão, próximo ao 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros. Ela teria sido contacta para a liberação do filho para o hospital.
O rapaz ficou em coma até na madrugada de quinta-feira (16), quando foi confirmada a morte.
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Rocha 19/11/2016
Agora estão querendo colocar culpa no aluno, dizendo que ele tinha uma doença pré existente. Palhaçada mesmo. Governo hipócrita.
Lidiane 19/11/2016
Kkkkkkkkkk Sério que este senhor é secretário? Nossa muito bom saber que tipo de secretário nós temos e principalmente que tipo de corpo de bombeiros temos. É mais uma vez a impunidade se fazendo valer
Marcos 19/11/2016
Se confirmado? Tá de brincadeira ou é lunático e sem noção esse secretário! Ooooooooo camarada morreu uma pessoa! Sei que não é seu parente mas é um ser humano se é que me entende.
Gilstinho 19/11/2016
Ja estão querendo culpar o morto. Segundo a reportagem, o secretário, ta procurando saber se o MORTO, ja tinha ou não uma doença pré-existente. Se ele já tinha algumas patologia. Uma coisa é certa, não minha opinião, se ele já tinha qualquer doença antes, o erro é do Estado de MT que passou o aluno no concursos e matriculou no curso por estar APTO.Tem que arcar com as responsabilidade o Estado,ja que a vitima, ja tinha conquistado em vida, todos os direitos sendo APTO para fazer o treinamento. Agora querer buscar um álibis pra defender o Estado das suas responsabilidade, ai é querer dar um tapa na cara da sociedade mato-grossense. tava esquecendo: não conheço nem sou amigo da família ok.
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