MARCELO FERRAZ
DA REDAÇÃO
Na decisão judicial, que determinou as prisões das 17 acusados de serem responsáveis por cerca de 80 homicídios na Baixada Cuiabana, o magistrado Otaviano Peixoto, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, destacou que os membros do grupo de extermínio “eram frios e calculistas”.
Segundo o juiz, eles agiam com precisão na hora de executar as vítimas marcadas pelo bando para morrer. “Convém lembrar que nos inquéritos em que há suspeita do envolvimento da organização criminosa, em investigação, é visível que os executores são bem treinados, já que consumam o crime com extrema frieza e precisão, existindo, assim, fortes suspeitas do envolvimento de policiais", diz trecho da decisão.
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De acordo com o teor da decisão, os integrantes do grupo criminoso planejavam minuciosamente os crimes antes de cometê-los, pois eram motivados pelo valor que cada vítima poderia render para eles após elas serem exterminadas, o que, conforme o fundamento jurídico do magistrado, caracterizou o comércio de mortes e não apenas para o exercício de justiça privada.
Entre as execuções realizadas pelo bando estaria a morte do empresário Eduardo Rodrigo Beckert, 35, que foi assassinado em plena luz do dia, enquanto chegava a casa dele, em Várzea Grande, no último dia 5 de abril e também a chacina ocorrida no último dia 13 de abril, na região do Cristo Rei, também em Várzea Grande. Na ocasião, três foram mortos a tiros e um ficou ferido.
Deste modo, a Polícia Civil divulgou na tarde desta terça-feira (26) os principais nomes que são acusados de articular e participar diretamente da organização criminosa que atuava na Baixada Cuiabana. Os primeiros nomes apontados na lista foram de José Francisco de Carvalho Pereira ou "Ceará", Jose Edmilson Pires dos Santos, o PM Heubert de França Silva, o PM Uelinton Lopes Rodrigues, Jeferson de Fátima da Silva e Claudiomar Garcia de Carvalho.
“Estas foram as pessoas que tiveram constante participação no planejamento e execução dos crimes, conforme áudios de interceptação telefônica, fato que reforçam a liderança destes suspeitos frente aos demais envolvidos” revela trecho da decisão fundamentada pelo magistrado.
Veja a lista completa dos presos na Operação Mercenários:
Uelinton Lopes Rodrigues (policial militar)
Pablo Plínio Mosqueiro (policial militar)
Vagner Dias Chagas (policial militar)
Claudemir Maia Monteiro (policial militar)
Jonathan Teodoro de Carvalho (policial militar)
Heubert de França Silva (policial militar)
José Francisco de Carvalho Pereira
José Edmilson Pires dos Santos
Fernando Marques Boabaid
Jeferson de Fátima da Silva
Claudiomar Garcia de Carvalho
Marcos Augusto Ferreira
Roni José Batista
Diego Santos da Silva
Deivison Soares de Amarantes
Francisnilton Deivison
Edervaldo Freire
Todos esses acusados serão levados para o presídio militar, localizado em Santo Antônio do Leverger.
Pensador 27/04/2016
Não há como negar o significativo aumento da violência, vemos a toda hora que o sistema de segurança pública falha e as sensações de impunidade, impotência e insegurança aumentam em projeção geográfica. Esse estado ampla insegurança, impotência e sensação de impunidade, faz com que, grupos de pessoas resolvem se reunir para, elas mesmas, julgar e penalizar suspeitos de cometer crimes. Podem ser chamados de “justiceiros”, porém são criminosos, que buscam fazer a justiça, que aparentemente não é feita pelo poder público, com as próprias mãos. Nosso País, tem como primado ser um Estado Democrático de Direito, ou seja, um país regido por leis que defendem o direito à julgamento pelo sistema judiciário e a aplicação de penas que entre elas não se encontra a pena de morte. Nesse sentido essas pessoas, também estariam cometendo crimes, de acordo com a lei.
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