A Gazeta
Laís Costa Marques
Da Redação
Revendas de carros usados e seminovos de Cuiabá e Várzea Grande prospectam expansão de 15% a 20% nas vendas de final de ano em relação ao mesmo período do ano passado. A alta é esperada porque no fim de 2009 os veículos zero quilômetro eram vendidos com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que reduziu em até 7% o preço dos carros novos. Com o retorno do imposto, o mercado de usados se torna mais competitivo. Em Mato Grosso, cerca de R$ 120 milhões são movimentados por mês pelas garagens, que somam 600 estabelecimentos e geram 6 mil empregos diretos.
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No Auto Shopping Fórmula a expectativa é que nos dois últimos meses, cerca de 1,4 mil carros sejam vendidos, uma média de 700 por mês. Há um ano, novembro e dezembro venderam cerca de 550 cada um. Para o gerente do Auto Shopping, Marco Masao Sato, a volta do IPI sobre os novos reaqueceu o mercado de usados, principalmente de seminovos, que custam até 30% a menos do que um veículo zero. "As vendas estão se recuperando muito bem, em agosto foram comercializados 600 carros aqui, 50% a mais do que vendemos em março, por exemplo, quando o IPI estava em vigor e apenas 400 veículos foram comercializados no estabelecimento".
O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Mato Grosso (Agenciauto), Isnel Leite de Almeida, diz que o fim deste 2010 promete um bom desempenho para o mercado de forma geral e que mesmo com um retração do mercado em agosto e setembro, os garagistas estão comprando veículos para fazer estoque e estarem preparados para a demanda natalina.
De acordo com Almeida, em época de campanha eleitoral as vendas tendem a cair. "As pessoas esperam passar o período das eleições para fazer compras. Outros mercados também sentem este reflexo". Outro fator que pode ter contribuído para que as revendedoras tenham registrado queda nas vendas, segundo o representante, é a estiagem, que ainda causa incertezas para os produtores rurais. "Somos agrícolas e enquanto não vier a chuva e o setor agropecuário não tiver certeza de como será a lavoura, o mercado fica um pouco parado".
Marco Masao diz que no Auto Shopping Fórmula, que reúne 30 lojas e expõe 1 mil veículos, o bom desempenho de agosto é fruto do investimento em campanha publicitária. "Investimos em mídia e isso atraiu os compradores". A Agenciauto calcula que 75% das vendas sejam feitas por intermédio de um agente para o financiamento do veículo, que em média fica em R$ 20 mil. "Os populares são os mais vendidos e o ticket médio é de R$ 20 mil", afirma Isnel Almeida ao comentar que dos R$ 120 milhões que circulam, R$ 90 milhões são financiados por bancos.
No Auto Shopping, 60% dos clientes são do interior do Estado e uma parte das vendas são feita para pessoas de outros estados. Segundo Masao, os comprados são atraídos pelo estado de conservação dos carros ofertados. "Não vendemos carros em más condições. Para se ter uma ideia, só comercializamos carros com no máximo 3 anos de uso".
O presidente da Agenciauto diz que o momento é de acomodação do mercado e que após idas e vindas de impostos, o comércio de usados vai se estabilizar e continuar movimentando a economia do país, visto que, segundo Almeida, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vem da venda de automóveis fora das concessionárias.