ÉPOCA
Preta Gil está ansiosíssima para subir ao palco ao lado de Ivete Sangalo, Thiaguinho, Anitta, Lulu Santos e Israel Novaes, no dia 28, na gravação do DVD Bloco da Preta - grupo que criou há três anos para rodar o circuito carnavalesco brasileiro -, no Citibanck Hall, no Rio de Janeiro. O repertório, no entanto, é surpresa, mas ela adianta que trocará de roupa seis vezes - quase uma Beyoncé - durante a apresentação. "Tá meu bem, chupa essa manga! A Claudia Kopke (figurinista da Rede Globo) fez a seleção e escolheu peças do Victor Dzenk, da Patricia Bonaldi, do Walério Araújo, Helô Rocha, Isolda e Amapô", conta ela, animada. Todos os domingos, Preta tem também que mostrar os resultados da nova boa forma no Medida Certa, no Fantástico, ao telespectador. "Estava toda bichada. Mesmo antes de me chamarem estava procurando me cuidar. Não estava mais aguentando a dor no joelho. Atualmente noto uma melhoria considerável e já posso andar sem ter muitas dores", conta ela.
Como se sente comemorando 10 anos de carreira?
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Neguei a carreira de cantora por muito tempo, tanto que comecei a cantar com 29 anos. Demorou para eu me aceitar e romper com meus medos, ter uma personalidade. Quem sou eu na fila do pão? Na fila da boate? Qual é a minha música? O meu estilo? Se como ser humano a gente demora tanto tempo para se encontrar, como artista não é diferente. Não sabia como eu entraria no meio, obviamente tinha medo de comparação, tinha insegurança porque eu era muito bem sucedita como produtora, construí uma coisa grande, uma vida estável e não precisava me arriscar. Mas eu estava mentindo para mim mesma. Produção foi um caminho que julguei mais fácil porque era um dom. Já a música, lida com a vaidade, inseguranças pessoais e chegou um momento que passei pelo Retorno de Saturno (na Astrologia significa consciência das limitações) e me veio uma angústia e uma vontade de mudar. Fiz terapia e descobri que queria cantar e não estava feliz. Tinha dinheiro, status e uma profissão, mas não tinha felicidade.
E valeu a pena essa reviravolta?
De uma maneira muito louca, com mil inseguranças e nenhuma garantia resolvi mudar. Vendi meu apartamento, minha produtora, renasci aos 29 anos e valeu super a pena. É muito bom quando temos coragem. Foi muito difícil, mas eu tive sorte acho que, por causa da minha autenticidade e espontaneidade, as pessoas foram gostando disso e precisando disso, desse tipo de espelho, pessoas que não usam máscaras.
Você tem muitos fãs gays. O que significam para você?
Os gays vieram a mim por eu deixá-los à vontade e essa coisa de assumir ser bissexual. Sou uma pessoa sem preconceito e as pessoas ficaram curiosas. Sou contra o gueto e quis tirá-los de lá. Acredito na diversidade em todos os sentidos. Canto axé, sertanejo, pagode, samba, funk e isso tudo num show só. Não preciso ser cantora de funk ou axé, não preciso estar num segmento e não preciso amar uma pessoa só. Não tenho um tipo de amigo, mas vários. Atualmente dois fãs moram na minha casa. Eles são de Mesquita (Baixada Fluminense) que é longe e estou dando uma força. Sou amiga de A a Z.
Como lida com as críticas?
Ninguém segura uma farsa por 10 anos. Fui crescendo, lutando e me impondo. Quem nasceu para brilhar, brilha, mas com muito trabalho árduo. Tenho uma carreira em crescimento e mantenho um equilíbrio. Prefiro viver assim do que ter altos e baixos, ser o sucesso do verão. Sou a Preta Gil e sempre serei. Minhas ambição é continuar mantendo meu público, cuidar deles e dar amor. O DVD é um grande passo. Um resumo de toda minha carreira. Um projeto que nasceu espontaneamente com um bloco que nasceu há três anos e virou uma coisa enorme, com um milhão de pessoas nos seguindo. É um milagre.
E como está a vida de solteira?
Estou solteira por opção. Terminei o casamento com o Cacau (Carlos Henrique Lima, mergulhador) e conheci o Tiago (Tenório). Não terminei o casamento porque não amava meu marido, mas queria ficar só e viver outras coisas. Quando comecei a namorar de novo, vi que estava caindo na mesma armadilha. Estou solteira, mas não sozinha. Sou apaixonada pelas pessoas e pela vida. Gosto de me apaixonar, mas não quero me prender porque estou num momento muito especial, até para um namorado novo não tenho tempo. Estou focada no DVD, na minha saúde e no meu filho. Sou uma mulher intensa e casamento me tira o foco. Não gosto de namorar, gosto de casar. Namorar é muito mimimi... Quando casamos não temos insegurança, é aquilo e pronto. Graças a Deus não tenho problema em arrumar namorado, mas não quero qualquer um. Costumo dizer que como estou me reeducando na alimentação, estou fazendo reeducação sentimental e estou tentando ser seletiva, mas tenho uma alma adolescente, parece que tenho 18 anos, por isso que eu evito sair beijando porque eu sufoco o homem, sou intensa. Quero casar. Ou o cara termina comigo ou casa comigo por pressão (risos).
Considera uma volta com seu marido?
Não! Mas sou louca por ele e somos muito amigos, temos cumplicidade, cachorros, uma vida e coisas burocráticas. Não digo nunca. Nesses seis meses de separação já cogitei a possibilidade de voltar porque ele é muito bom para mim, tem amor pelo meu filho, mas estou tentando olhar para frente. Talvez ser solteira me canse, não sei. Mas ainda acredito num príncipe encantando. Já tive quatro, mas quero muitos.
Embora assuma a bissexualidade, você nunca namorou mulheres, por quê?
Já me apaixonei por mulheres, mas nunca aconteceu de namorar e não sei porque. Mulher eu fico amiga porque a gente pode ficar quando quer. Nunca aconteceu de virar um compromisso. Minhas amigas falam que eu sou uma farsa com essa história de ser bissexual. De fato eu não tenho relações com mulheres há mais de 10 anos, mas já tive muitas.
Quais as diferenças que já notou no seu corpo?
O joelho, que era todo bichado, melhorou. Já consigo subir uma escada sem sentir dor, já ando um pouquinho e ele não dói, consigo fazer show sem ele doer tanto. Sinto um músculo na coxa que não existia. Antes estava quase sem andar de tanta dor, também senti diferença na coluna e na pré-diabetes. Antes de ser chamada para o Medica Certa já estava cuidando de mim com osteopata, ortopedista e todos os médicos colocavam muito o foco em fazer exercícios e mudar a alimentação, porque estava com índices altos de colesterol, ácido úrico e glicose. Não sei quantos quilos perdi, mas as roupas já estão folgadas. Emagrecer é consequência. Não foi por isso que aceitei fazer o programa. Falei para o (Marcio) Atalla que não tinha menor pretensão em perder peso, porque não tenho problema com meu físico, mas ficar mais saudável. Quis o desafio para recuperar meu joelho. Estava com 90 quilos, muito acima do meu peso e nunca percebo que estou gorda. Estava muito desleixada comigo, principalmente com exercícios físicos. Estou mais bem disposta e com uma energia maior. Estava cansada de ficar cansada e realmente a alimentação ajuda muito. Não passo fome.
E a revolta da turma 'plus size'?
Continuo sendo uma 'diva', 'musa' das gordinhas. Isso não está no número que você veste. Não vou pesar 50 quilos na vida. Se emagrecer chego a 75 quilos, que já não é o padrão de magreza, mas a gostosa com curva. Continuo fora dos padrões, mas que padrão é esse que as pessoas inventaram? Continuo me sentindo a preferida das gordinhas, mas podemos ser gordinhas saudáveis. Meus médicos comentam que tem uma quantidade enorme de mulheres magras muito doentes e com todas as taxas ruins. Uma coisa não tem a ver com a outra. Você pode ser gordinha por mil motivos, inclusive por desleixo. Eu enfiava o pé na jaca mesmo, mas estou perto dos 40 anos e tudo muda, principalmente hormônios, tireoide... Os médicos me deram o organismo de uma pessoa de 80 anos. Isso foi muito triste. Agora entendo porque era tanto 'ai ai ai, ui ui ui'... o dia inteiro reclamando de dores.
E quanto aos burburinhos de um 'clima' com Marcio Atalla?
Até eu brinco que sou apaixonada pelo Atalla. E sou mesmo. Não tem como não ser. Ele liga cinco vezes por dia perguntando o que eu fiz, o que almocei, jantei etc. Ele é mesmo preocupado comigo. O pessoal começou a falar porque o chamo de 'boy magya', 'tal qual', todas as gírias que uso. Daí começaram a dizer que ali tem coisa. Mas não tem, aqui tem fogo mas não tem fumaça. Fogo tem porque ele tem carinho por mim, mas não é só comigo. Apaixonada por ele eu sou e serei para sempre.